Começos me dão frio na barriga. Finais também. Mas tudo bem vai, se a gente for parar pra pensar, os dois acontecem quase ao mesmo tempo. Quando você termina alguma coisa outra acontece instantaneamente. Aí o que nos resta é fazer o frio na barriga continuar o resto do tempo. Sem enlouquecer, por favor.
Não tenho tantas lembranças da minha infância. Sempre que amigos contam algum acontecimento marcante dessa época fico com um pouco de inveja. Queria ter mais coisas pra lembrar e contar no futuro para os meus futuros filhos e netos. Ou agora, pra vocês, leitoras e leitores que me acompanham por aí.
A melhor maneira de resgatar lembranças é tentar escrever sobre elas. Li um livro dia desses que falava justamente sobre isso. A autora, uma escritora consagrada e professora de línguas americana chamada Anne Lamott, dizia que quando mergulhamos no nosso passado conseguimos descobrir um lado nosso que nunca chegamos a conhecer.
Olhando fotografias perdidas em caixas velhas lá do armário da casa dos meus pais, consigo me lembrar das viagens para praia nas férias que fazia com meus tios e primos (isso já virou crônica). Quando abro um caderno de 2000 a 2008 lembro dos primeiros dia de aula. Aí como eu sinto saudade de como eu me sentia naquela época. Parece bobagem, eu sei, mas poucas coisas me deixavam tão animada quanto fazer, mentalmente, contagem regressiva dos dias que faltavam para aula começar. Não pensem vocês que eu era tão estudiosa assim. Só achava um saco ficar em casa o dia todo inventando coisas pra fazer e amava, alguns dias antes da primeira semana, ir na papelaria com a minha mãe escolher os cadernos que usaria naquele ano.
Demorava minutos pra decidir a capa do caderno de cada matéria. Minha mãe costumava estipular um valor e eu tinha que me virar para conseguir os modelos mais legais. Menininhas e outros com cheiro, capa colorida e adesivos eram sempre caros demais. Às vezes, comprava os mais simples e customizava em casa mesmo. Usava minha coleção de revistas Capricho e W.I.T.C.H. para isso. Depois passava horas colocando aquela capa transparente que eu odiava (mas minha mãe dizia proteger o caderno) e decorando a primeira folha.
Acho que eu via naquelas cadernos uma oportunidade de fazer o ano ser diferente dos outros. De falar dentro de sala coisas que eu nunca tinha coragem de dizer. Das menina mais populares da turma elogiarem meu caderno e por isso poder entrar no grupinho e lanchar junto na hora do intervalo. Que grande besteira, né? Hoje, depois da formatura e do fim da hierarquia colegial na minha vida, percebi que naquela época eu via tudo de um jeito meio distorcido. Ser feliz nem sempre significa ser a mais bonita da sala, a artilheira no time de handebol. ou sei lá, merendar sempre no mesmo lugar com um grupo grande de amigos. Ser feliz, agora eu sei, é passar uma tarde toda recortando, colando e misturando imagens. É sujar a mesa e levar bronca da mãe e nem se importar. É ter um caderno completamente diferente do resto da turma, e independente do preço ou da beleza, achar aquilo incrível.
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A-HÁ! Categoria nova feita pensando nas leitoras que também escrevem e compartilham seus textos na internet. Como assim? A ideia é que semanalmente eu defina a pauta em forma de crônica em um post exatamente como esse. Aí as leitoras que também são blogueiras devem fazer um texto sobre o mesmo assunto em seus respectivos blogs. Os links das postagens serão divulgados nesse post.
Regrinhas pra tudo ficar lindo e a categoria continuar pra sempre:
01. Os links dos posts serão colocados no blog por ordem de chegada. Eles serão atualizados uma vez por dia e colocados em uma lista no final da crônica semanal. Para se inscrever você terá que deixar um comentário no post com o seu nome completo, nome do blog e link da postagem.
02. O post precisa ser postado (em seu blog) na semana seguinte da minha postagem. Ou seja, ele precisa ser escrito pra blogagem coletiva, ok?
03. O título do post é uma escolha sua. O tamanho também. Apenas o assunto tem que ser o mesmo e no final, você deve colocar a seguinte frase (sem esquecer do link, tá?): “Esse texto faz parte da blogagem coletiva promovida no Depois dos Quinze“. As postagens que não tiverem essa frase não serão colocadas no post, combinado?
Simples e lindo né? Notei no grupo do blog no facebook que muitas de vocês também são blogueiras e querem muito uma oportunidade de divulgar os posts. Dessa forma todo mundo se conhece, participa da brincadeira e ainda por cima, consegue assunto e inspiração para escrever semanalmente.
ATENÇÃO: Nosso primeiro é assunto é: LEMBRANÇAS DE INFÂNCIA.
Ah, e pra quem não sabe, estamos na semana internacional do livro. Tá rolando no facebook uma brincadeirinha bem legal para comemorar e divulgar isso. Participem também.