Como se aventurar nos livros clássicos

Aposto que vocês sabem muito bem como é quando digo que sou apaixonada por livros. A literatura sempre esteve bastante presente na minha vida, desde a infância, e foi no ensino médio que essa paixão despertou de vez. Queria ler sobre literatura, sobre autores, sobre correntes literárias… e essa curiosidade ainda não passou, ainda bem.

Por incrível que pareça, eu sempre fui de ler clássicos. Estou começando a me aventurar pelos literatura adolescente agora, com as obras de John Green – que, por sinal, gostei bastante. É uma leitura gostosa, que flui facilmente e nos diverte. Algo propício para um final de semana à toa na casa da avó. Mas, como adoro instigar vocês, gostaria de fazer um convite: que tal se aventurar pelos livros clássicos também?

Calma, sei que devem falar bastante sobre Machado de Assis na sua escola e você não aguenta mais isso. Mas ó: é bom se incomodar de vez em quando. Tentar ler um livro de várias décadas atrás não é fácil, mas prometo que será inesquecível. Mudar um pouco aquilo que estamos acostumados faz bem, nos tira do lugar comum e nos ensina demais. E mais: eles não são chamados de clássicos à toa.

Os livros ditos clássicos marcaram sua época seja pela forma da escrita, pelo enredo, seja pela reflexão que ele levanta sobre determinado período histórico e por vários outros motivos. Os clássicos são exatamente isso: eternos, assim como um vestido pretinho básico ou a calça jeans. Todos eles continuam encantando gerações e conquistando novas.

E aí vocês podem me perguntar: por que alguns são tão chatos? Bom, na verdade, eles podem parecer chatos no início, mas, ao longo do tempo, vocês vão perceber a riqueza contida num livro clássico. Separei algumas dicas que podem ser legais para quem quer começar a ler livros desse tipo.

1. Escolha um gênero que você gosta
O primeiro passo é escolher livros com o gênero que mais te agrada. É fã de histórias de amor? Que tal começar pelas obras de Jane Austen? Se você preferir livros de aventura, Julio Verne e Jack London são boas pedidas. Para quem adora distopias, Ray Bradbury, Aldous Huxley e George Orwell são perfeitos. Se você gosta de anotar frases bonitas de todos os livros que lê, Oscar Wilde tem várias delas. Para os fãs de terror e suspense, Edgar Allan Poe é mestre.

2. Vá com calma
Quando se começa a ler um clássico, não dá para pegar logo de cara um Crime e Castigo da vida. A chance de desanimar e largar nas 100 primeiras páginas é grande. Vá com calma. Pegue livros mais finos, comece a perceber o estilo de escrita. Se quiser, comece com adaptações menores e depois parta para o livro original, quando achar que está preparado. Pense que isso é parte de um processo, então, não precisa se forçar tanto.

3. Dê uma chance para a literatura infantil
Peter Pan, O Mágico de Oz, Alice no País das Maravilhas e Mary Poppins são clássicos da literatura mundial para crianças e são extremamente valiosos. Por mais bobos que possam parecer, eles vêm com reflexões importantes sobre o mundo, que você não conseguiria entender se fosse criança. Aproveite esses livros e deixe a sua imaginação fluir!

Como disse, ler clássicos é um processo. Para quem não está acostumado, pode ser chato e complicado, mas juro que vale a pena. Até porque, escritores da atualidade sempre usam bastante referências clássicas em seus livros: como John Green falando sobre O Grande Gatsby no livro A Culpa é das Estrelas, como Stephanie Meyer falando de O Morro dos Ventos Uivantes em Crepúsculo e Stephen Chbosky citando O Apanhador no Campo de Centeio no seu As Vantagens de Ser Invisível.

Conforme você for se acostumando com o estilo da escrita desses livros, a leitura vai ficando mais fácil, mais prazerosa e bem mais interessante. A graça da literatura é justamente essa: te tirar do lugar, sacudir, instigar, mostrar visões diferentes da sua sobre mundos bem diferentes do seu. Por isso, vai lá e aceita esse desafio. Quem sabe você não aprende até adorar Machado de Assis?