você está lendo Você não precisa ser popular pra ser feliz

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Num dos primeiros episódios da série “Lie To Me” o personagem Dr. Lightman disse uma frase que eu nunca mais esqueci:

– Quanto mais popular, melhor o mentiroso.

Se você ainda não assistiu a série, corra para o Netflix e faça isso o quanto antes. Se você já assistiu, vou refrescar sua memória sobre o caso em questão. Ele estava investigando a morte de uma adolescente e suspeitava da amiga de classe popular. No velório essa tal garota parece super emotiva enquanto fazia seu discurso de despedida, mas ele tem certeza de que ela está escondendo algo sobre a morte da amiga porque demonstra emoções assimétricas no rosto. Isso é quase imperceptível porque ela é boa em disfarçar emoções. Tem experiência tentando o tempo todo ser a abelha rainha do colégio.

É óbvio que essa á uma teoria louca que faz sentido dentro do roteiro da série, mas lembro que quando assisti o episódio fiquei pensando a respeito. Cheguei a conclusão de que faz sentido sim e eu teria me ferrado menos se tivesse percebido o quão superficial é a vida de quem tem essa necessidade louca de estar sempre em destaque.

Pra agradar todo mundo você precisa deixar de ser honesto com alguém. Se o disfarce for bom essa pessoa será você. Isso é bom? Não, isso é péssimo. Viver pra tentar fazer com que as pessoas gostem de você a todo custo pode até trazer benefícios imediatos, tipo ficar com o garoto mais popular da sala, ter sempre o que fazer nos finais de semana ou fazer parte de um time incrível na educação física, mas a longo prazo a única coisa que resta é você e um monte de mentiras.

Estar cercado de muitas pessoas o tempo todo não garante que você nunca se sentirá sozinho. Muito pelo contrário. Você acaba se esquecendo das pessoas que realmente se importam com você. Amigo de verdade te dá bronca, diz coisas que te faz ficar com raiva e não manda mensagem só quando está prestes a pedir um favorzinho. Quem se preocupa com você, se preocupa até quando isso não vai mudar absolutamente na vida dele.

É tão gostoso se sentir completamente à vontade perto de alguém. Pode falar besteira, sem neura com o corpo ou com o trabalho, confiar mesmo. Essa sensação não se amplifica com a quantidade de pessoas, mas sim com a qualidade delas. Quero dizer, não é um número que te faz dormir bem à noite. É o vazio preenchido, muitas vezes por uma simples pergunta quem nem todo mundo te faz:

– E aí, como foi seu dia hoje?