No amor, na escola, no trabalho, na padaria, na fila do banco, na festa, na vida: tem sempre alguém querendo passar por cima de você. Não cessam, esgotam-se, passam por cima de si mesmos querendo o que não lhes pertence. Essas coisas são tão comuns que é possível alguém estar te enrolando há dias para “roubar” algo de você e você nem perceber. O exemplo mais clássico é no amor. Você namora o menino dos seus sonhos, seu príncipe encantado. De repente, vem a maldita mão do destino (se você acredita) ou uma simples coincidência: vocês terminam sabe-se lá porquê e ele fica com outra, que você conhece muito bem. Tudo bem ele ficar com outra, normal. Mas e se essa outra disse ser sua amiga e fez de um tudo pra vocês terminarem? Você acha que ela foi a culpada. Ela tem certeza. Porque quando ela direciona aquele sorriso de “acho que te venci” quando passa com ele na rua, a coitada mostra para todo mundo o quanto é frustrada em ter uma coisa que sabe que não a pertence. Já ele, ainda gosta de você. E ao escrever isso, sinto uma carga muito clichê. Algo como “sério que ele ainda gosta de você?”. Claro que gosta. Nítido. E para a senhorita falsa esperta, dê um aviso: “felicidade momentânea por ter passado por cima dos outros não dá futuro não, querida. Expor um prêmio roubado é mais ridículo que você. Mostrar o que não é seu é cavar a própria fossa. Seu caráter já era.” E você, flor, não se preocupe: “o que é seu às suas mãos há de vir”, já dizia Machado de Assis.