Neste último fim de semana resolvi ficar no meu canto e colocar em dia minha porção de comédias românticas, acho que ultimamente as pessoas têm acreditado cada vez menos na parte lúdica do amor e um filme sempre quebra a parte dura que existe em mim e insiste em acreditar que a pessoa certa não existe. Um dos filmes que escolhi foi Casa Comigo, e em determinado momento, o mocinho que roubará o coração da mocinha, embora ela ainda não sabia disso, propõe a ela o seguinte jogo:
– Você está na sua casa e de repente começa um incêndio, alguém te avisa que você pode levar apenas uma coisa, o que você levaria?
A resposta para este pergunta ela só consegue achar ao final do filme, mas eu fiquei pensando, e se fosse comigo, o que eu levaria?
Ás vezes tratamos as coisas ou as pessoas, ou até mesmo nós mesmos, como se fôssemos eternos, vivendo de maneira rasa, acreditando que o amanhã está logo ai, para corrigir qualquer erro. Só que não há. Até porque o tempo passa e nem sempre dá pra correr atrás do prejuízo.
Pensando nesta dinâmica, dois fotógrafos registram em suas polaróides, fotos de pessoas com uma mensagem em que elas respondem o que gostariam de fazer antes de morrer.
A matéria a seguir eu vi no site da Revista Criativa.
Os criadores do projeto Before I die I want to já rodaram os Estados Unidos, foram à Índia e completaram até agora as galerias do site do projeto com cliques feitos em um hospício.
É tudo baseado em três argumentos. O primeiro fala do fim anunciado da Polaroid que seria em 2009, ano em que a coleção de respostas começou. O segundo é a ação seguindo preceitos da psicologia: o fotografado faz uma promessa ao escrever seus desejos e a idéia é que em dois, cinco, dez ou vinte anos, eles relatem no site se chegaram ou não ao objetivo. Essa expectativa de rever intenções no futuro aumentaria a motivação para cumprir o “contrato” assinado na foto. O terceiro resume a sacada de incentivar as pessoas a pensar e a agir sobre o que realmente importa na vida a partir da questão simples de onde tudo parte.
Depois de 600 fotos feitas nos Estados Unidos, o duo de fotógrafos partiu para a Índia, em busca de uma cultura oposta aos retratos ocidentais. No início de 2009 eles passaram três meses viajando pelo país falando com ricos e pobres, jovens e velhos, gente do interior e da cidade.
A seleção de fotografias é sempre atualizada no endereço do Before I die I want, que já ganhou exposições em Chicago e Nova York, além de um livro que soma uma parte das imagens. Se quiser participar da coleção de depoimentos é só enviar sua foto para o projeto.
Daí me peguei pensando sobre o assunto, sou nova mas todos os dias sinto que perdi alguma coisa ou que trato meus sonhos com certa displicência, achando sempre que eu poderia mesmo agarrar a vida de uma maneira mais forte.
Enquanto eu pensava sobre o que eu faria antes de morrer, um dos meus amigos (@brunozepelini) postou esta frase no Twitter: “A vontade era abrir tanto os olhos, que seria possível olhar o mundo inteiro de uma só vez e guardar tudo na memória”. Tem como não desejar isso?
Bom, agora já sei o que eu faria. E você?