Depois dos seus rituais quase que diários, você deita no sofá, encolhe as pernas, ajeita a almofada entre a cabeça e a nuca e começa a zapear os canais. O que você procura na tevê? Uma nova tendência, a série de sempre ou a mega produção inglesa atingindo mais um horário nobre? Folheando qualquer livro de história, é fácil notar que a juventude da nossa geração nunca foi tão conformada.
Décadas atrás, uma massa de gente pleno vigor saiu nas ruas em busca de um futuro melhor, levantando bandeiras, esticando faixas, pintando o rosto e soltando a voz que ecoava seca na garganta depois de tanta repressão. E tudo o que fizemos foi ignorar nossas aulas pra bisbilhotar a vida alheia ou a nova ‘bomba’ que acabou de vazar na rede. Percebam que a nossa falta de interesse jogou toda uma revolução no lixo. Até quando o jovem de hoje vai ter tudo o que quer e será indiferente a todas as brutalidades que passam no noticiário? “Isso nunca vai acontecer comigo”, não é mesmo?
Como podemos sequer exigir liberdade, se nos deixamos ser subordinados a um bando de aristocratas, que disfarçados, roubam nossas oportunidades e esperam que entendamos “democracia” como o simples ato de ‘votar’? Será que a mídia tem o único intuito de entreter e distrair? O que você quer ser quando crescer? Uma pessoa qualificada e realizada ou quer arrumar qualquer emprego só pra sanar os sonhos de consumo? São muitas perguntas pra uma geração-robô, que teve sua visão periférica danificada e não consegue ver muito além dos pés e telas de plasmas. O meu recado hoje vem como um suspiro final: TUDO ISSO É PROBLEMA NOSSO!
Se há uma sociedade a ser repaginada, cabe a nós revertermos os valores e mudar a nossa situação para, enfim, sermos levados a sério, afinal, toda consciência é bem-vinda depois dos quinze! Comece por hoje dando sua opinião, beijos e boa semana!