E eu novamente contrariei minha promessas e cheguei perto do fim. Será que eu nunca vou aprender que é impossível respirar de lembranças? Por todas as vezes que tentei, eu deveria saber disso.
Hoje eu acordei com vontade de desejar alguém, e passei o resto do dia pensando no porque de tamanho egoísmo. Sim, egoísmo. Porque eu gastaria tanto de mim procurando alguém com as minhas medidas – como se 42 fosse difícil de achar por aqui – pra depois jogar fora? Sei perfeitamente que pra mim isso nunca dura pra sempre. Eu sempre tenho que mudar e me mudar. De novo e mais uma vez.
Chega a ser engraçada essa sensação simultânea de falta e desejo que me assombra. Por aqui as pessoas acreditam que o coração só é inteiramente feliz quando bate ao lado de alguém. Curioso. Viciante. Eu também não acreditaria que essas palavras são minhas mas, eu realmente me sinto assim.
Apesar de tudo, eu ainda gosto das pessoas, principalmente das que eu não consigo controlar. Das impossíveis e difíceis criaturas insanas e contrárias habitantes do planeta em que vivo atualmente. É interessante e intrigante a ideia de que minha mágia não funciona com todo mundo. Talvez essa seja a graça de viver agora e aqui.
É estranho escrever isso, mas, por aqui as pessoas buscam explicações no invisível, e é no que ninguém consegue ver que elas mais conseguem enxergar a realidade. Sua própria realidade. Isso não é um máximo? Elas tem uma.
Sury wolrf, 23 de Maio de 2045.
Do planeta Terra para minha primeira – e única – casa.