Quantos anos você tem? Qual a coisa mais incrível que já fez? Gostaria de ser um (a) herói (na)?
E quantas vezes você ajudou um velhinho a atravessar a rua, ou cedeu seu lugar no ônibus lotado a uma gestante? Os heróis não são nada além das pessoas que fizeram o que era certo para as pessoas certas, sem temer as conseqüências. Todos nós podemos ser heróis todos os dias.
O nome dele é Ed. Isso, nada de Edwin, Edward ou Edgar. Só Ed. Tem dezenove anos e nunca fez nada de que realmente pudesse se orgulhar. Era só um rapaz de uma comunidade pobre que – como tantos outros meninos – perderam o pai para a bebedeira e a mãe para a arrogância. Terminou a escola e realmente era um apaixonado por literatura, mas não foi ele o filho que entrou na faculdade. Ele é taxista – e isso é fruto de um pequeno acréscimo em sua idade e de uma amiga esperta o suficiente para conseguir emprego por dois. Esta mesma amiga é a típica: capaz de namorar um rapaz diferente todos os dias, mas nunca de dizer o quão gosta do melhor amigo ou de também ficar com ele.
Seus melhores amigos são tão perdedores quanto ele. Ganham a vida do modo como o mundo deixa e tem uma predileção louca por serem mal-educados, intrometidos e jogadores compulsivos. E como adoram falar! Aliás… Foi graças a isso que tudo começou.
Havia um perdedor no banco. Todo mundo sabia disso, mas nada diziam por que ele estava armado. Também havia perdedores deitados no chão, e medrosos por trás do balcão de atendimento. Mas um dele resolver levantar-se e enfrentar o perdedor armado. E óbvio que ele conseguiu (podia ser um perdedor, mas não era um idiota). Manchetes nos jornais para o favelado que salvou o dia! Palmas, palmas, palmas.
Então começaram os acontecimentos estranhos.
Que Ed era um viciado em jogos de cartas todo mundo já sabia, mas por que uma pessoa como ele fora escolhida para receber cartas com estranhos endereços? Pior: Estranhos endereços e horas cada um com uma história pessoal, perigosa e particular. E agora, Ed, como você vai lidar com isso? Acho que é a hora de distinguirmos os heróis dos fracos, e Ed, você não é um fraco. Agora para de xingar tanto, cara, ninguém agüenta mais sua boca suja!
Markus Zusak é um dos autores mais badalados dessa geração. Autor do Best-Seller “The Book Thief” (A Menina que Roubava livros) o autor nos apresenta uma visão completamente diferente dos temas que já nos parecem tão batidos, com as idéias mais incríveis de narração: que tal ler a história de uma menininha alemã contada pela Morte (isso mesmo, aquela que todos nós tememos)? Ou a história de um perdedor favelado que narra todo o livro com ironia e palavras de baixo calão?
Markus é acima de tudo um poeta-contista. Sua sensibilidade perante o mundo é capaz de tocar todos os corações e sua capacidade de descrever os seres humanos, seus defeitos e o quão é saboroso aproveitar cada coisa que a vida nos dá fizeram dele pra sempre o autor preferido deste eu lírico que vos fala.
“Eu sou o mensageiro” é um excelente ensaio para o que seria o meu livro de cabeceira (The Book Thief) e provavelmente o maior influenciador do meu jeito de escrever. Espero que todos possa ser tocados pelas palavras deste saborosas que enchem meus olhos todos os dias.
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