Ei, você aí que está escutando uma música melosa que te faz lembrar aquele cara que balança contigo há anos. Dá stop nessa música agora e presta atenção no que eu vou te falar. Hoje não vai ser só um texto, vai ser um protesto. Se você está pensando que é uma completa idiota, eu te digo que não é. E me atrevo a dizer que não existe menina nenhuma nesse mundo que não passou isso pelo menos uma vez na vida. Esse cara, esse mesmo que você fica horas vendo fotos no Facebook, olhando os scraps das amigas dele no Orkut, com a página dele aberta no Twitter esperando aparecer o (1) lá em cima…Esse cara não tá nem aí pra isso. Iguais a você, várias meninas fazem isso, e ele provavelmente ficou com uma delas ontem. E onde você estava? Em casa escutando aquela música melosa “de vocês dois”. Mas vocês são amigos, conversam horrores, tem o mesmo gosto musical, o que é raro. E você se encanta por ele de tal forma que o apego vira uma prisão que você criou pra você mesma! Pare de escutar a música, eu sei que você não parou. Eu também não pararia. Não pararia porque isso faz com que meu vazio interior sinta alguma ponta de suprimento autossuficiente de amor, ou melhor, de ilusão. E o que seria desse mundo sem ilusão? O que você faria às 3 horas da manhã de um sábado que você não saiu a não ser navegar no seu barco furado por todas as coisas que ele tem na internet? Nada. Mas você sabe por que você não faria nada? Porque você não quer fazer. A vida tá muito boa, o cachorro do vizinho tá bem alimentado e você tá aí, parada na vida. Com esse pensamento de conformismo com a trágica vida de rainha do drama que você tem, as oportunidades se esvaem como amor próprio que você já não tem mais. A pergunta é: por que prefiro insistir num passado morto, gasto e sofrido ao invés de se aprontar como a diva que sou e curtir a vida? Você que ainda está escutando a música, você que diz que sua vida é uma droga: você já deu uma chance a você mesma? Você já saiu do seu mundo de planos furados? Por favor, mude a música e veja como a vida também muda. Garanto que a menina no seu espelho não vai se arrepender.