Que sejam feitas as apresentações
Fevereiro não é só mês do carnaval. É também o mês da voltas as aulas!
Aquele conhecido por precisamos nos esforçar mais do que julgamos ser capazes para tirar pelo menos uma perna da cama aquela hora da madrugada, tomar o café as pressas e correr pra não ficar marcado pelo coordenador já nos primeiros dias.
É o mês de inaugurarmos aquela bolsa linda, aquele montão de canetas coloridas e incríveis que pra ficarem mais perfeitas só se escrevessem sozinhas, de caprichar um pouquinho mais na letra das primeiras páginas do caderno novo e claro, criar expectativas sobre os novos colegas e rever os antigos amigos.
Tudo uma maravilha. Exceto para quem está no terceiro ano.
Tensão, nervosismo, alívio, “até que enfim chegou o último” e milhares de outras palavras invadem o coração dos veteranos da escola: só falta esse agora, não é? Mas, junto com esse quase alivio, vêm também os zilhões de preocupação que apenas alguém nessa fase da vida pode ter.
Vestibular, nervosismo pré-18 anos, pressão familiar, pressão escolar, o namoro que passa a não ir tão bem quanto antes, enfim: é curioso como os problemas decidem se agravar quando alguém chega no terceiro ano.
E, com base nisso, eu – Ilzy Sousa, colunista semanal aqui do ddq sobre literatura e indicações de livros – vou compartilhar com vocês tudo aquilo que era de suma importância e não me falaram quando entrei nessa fase da vida. Para que assim a passagem de vocês seja o menos turbulenta possível.
Caso você ainda não esteja no terceiro, continue lendo mesmo assim: quanto mais cedo souber, mais fácil será sua passagem.
Faça uma lista de sonhos, os desenhe num alvo
A verdade é que as pessoas deixaram de acreditar nos próprios sonhos apartir do momento em que nos dizem que as nuvens não são de algodão doce, que o mundo lá fora é grande demais, que a vida é concorrida e só o dinheiro é capaz de trazer o que é bom.
Pois bem, eu estou aqui pra dizer que tudo isso é uma grande mentira.
As nuvens têm o gosto que quisermos que elas tenham, porque lá moram os nossos sonhos. O mundo é enorme, mas nada que um avião não possa cruzar ou que a internet não aproxime. (Já conseguimos ir até perto das estrelas, imagine pro Japão!). A vida só é corrida porque a ganância vem ofuscando o amor e não há nada mais prazeroso que o vento de um dia ensolarado no rosto, e não é preciso ter dinheiro nenhum para entender do que eu estou falando.
Eu gostaria de declarar ao mundo que sim, todos os nossos sonhos são possíveis!
Mas, agora, você deve estar pensando que sou só uma sonhadora iludida. “E se eu quiser ser um grande astro do rock ou ganhar o prêmio Nobel com a descoberta da cura do HIV?” Eu direi que é completamente possível. Mas, veja bem, em momento algum eu disse que seria fácil. Não é.
É preciso estar ciente disso quando se chega numa fase da vida que costuma ser um divisor de águas: que profissão eu devo escolher?
Fazer todos os testes vocacionais da internet, consultar psicólogos, ouvir a opinião dos pais e amigos sobre o melhor curso, pesquisar todos os cursos e sonhar com muito dinheiro rápido não vai ajudar em nada. Só vai lhe deixar com mais duvidas sobre o que se quer para o futuro. O que eu recomendo e que realmente alivia o coração é uma pequena ação que muda tudo.
Faça uma lista com as coisas que mais gosta de fazer.
Isso mesmo, papel e caneta. Anote tudo aquilo que mais te agrada, não importa o que seja. Gosta de cozinhar? Seu seriado preferido é Big Bang Theory, CSI ou Glee? Seus cadernos são cheios de desenhos e todos dizem que eles são muito bons? Você adora saber exatamente as novas tendências de moda, maquilagem e afins? Você simplesmente não consegue parar de falar?
A minha lista incluía passar quase que o dia todo no computador, ter como matérias preferidas da escola literatura e história, ler compulsivamente, conseguir criar histórias completas apartir de sorrisos de pessoas na rua e gostar muito de escrever essas histórias.
Passe pelo menos três dias trabalhando nessa lista. Pergunte aos seus amigos e família o que eles observam que é uma mania sua. Procure colocar tudo aquilo que você mais gosta. Depois, faça o contrário: escreva tudo que você mais odeia ou tem nojo, enfim, aquilo que você quer distância.
Desmaia quando vê sangue? Não consegui aprender matemática e física nem com promessa pra santo? Não consegui desenhar sequer um sol bonito? Morre de medo de sapo, cobra ou borboleta? Quais suas alergias? Não consegui ficar perto de gente que fala alto? Enfim, essa parte será sem dúvidas mais fácil, afinal nós adoramos falar sobre o que não gostamos. Ah! Não esqueça de por as matérias escolares em ordem decrescente daquele que você mais gosta a que mais odeia.
Pronto, com as duas listas em mãos, é hora de começar o verdadeiro trabalho. Organize os itens por ordem daquele que você mais gosta ao que mais odeia. Seja sincero sempre, afinal, isso aqui vai decidir o que você fará pra vida toda e não tenha vergonha de gostar de nada. Se você gosta é porque é bom para você e não interessa o que digam por aí.
Depois, é hora de ir pra internet, para livros, sites especializados, perguntar a profissionais. Pesquise sobre cursos que tem tudo haver com você. Faça isso com carinho e dedicação. Pesquise tudo. Perceba o óbvio, afinal, se você não é muito bom em química, não tem como querer ser médico, não é? O mesmo para as suas qualidades: você é excelente em história e sempre defender seus amigos? Veja se Direito te agrada!
E um aviso especial as pessoas que se interessa por licenciaturas (que são cursos que formam professores): Vai fundo! Você é completamente apaixonado por Matemática ou Biologia?! Pois vá em frente e segue seu sonho.
Todos nós sabemos que a vida de professor não é fácil nesse Brasil e muitos dizem que não dá dinheiro, mas quando escuto isso, me lembro da história do meu professor Alex Mendes, que é professor de História e um dos melhores de Teresina-PI, lecionando em Colégios, Universidades e Faculdades do Piauí que figuram nos melhores do Brasil. Hoje, formado em História e Direito, ele precisa dispensar algumas propostas porque a agenda está sempre cheia inclusive nos domingos! Ele lecionava para a minha turma no sábado à noite e no domingo de manhã. E sempre com um sorriso no rosto e uma piada na ponta da língua.
Óbvio que ele não chegou até aí atoa. Fora muito esforço, estudo, a falta de apoio familiar e um pré-vestibular antes da aprovação para a Universidade. Mas, ele chegou lá. Então, porque você também não pode conseguir? Tudo depende do esforço que se coloca na realização dos seus sonhos!
E quando finalmente decidir qual o curso (provavelmente já vai estar apaixonado por ele), faça algo para lembrar-se do seu objetivo sempre: compre uma cartolina, desenhe um alvo e dentro dele escreva o nome do seu sonho. Cole a cartolina de frente a sua cama e olhe todos os dias para ela por cinco segundos quando acordar. Sempre que pensar em desistir, lembre do seu objetivo e persista. E como diz a sorte de hoje do Orkut: “As grandes realizações da história foram feitas por homens cansados que continuaram trabalhando!”
Por fim e pra citar a pessoa que mais me apoiou nesse meu processo de escolha: “Você pode ser o que quiser minha menina, se você se dedicar realmente aquilo e fizer com um sorriso no rosto. Nunca faltar emprego pra quem é bom no que faz, não importa o que se faça!” – Dona Maria, minha avó.
Meu sonho é o curso de Comunicação Social – Jornalismo na Universidade Federal do Piauí, pra onde eu fui aprovada e já fiz minha matricula semana passada. E você, qual o seu sonho? Precisa de ajuda? Comenta aí e vamos sair dessa juntas! Temos um mês todos para discutir o seu futuro!