Conforme o tempo vai passando e vamos crescendo, percebemos o quão mutáveis e efêmeras as coisas são. Diferenciamos as amizades que serão duradouras e chegamos a conclusão, muitas vezes dolorosa, de que quem realmente nos ama guarda um tempo para pensar em nós e quer saber mais sobre nosso dia, sem mais desculpas para lá e para cá.
Entristecemo-nos com quem saiu de nossos corações sem pedir permissão e, talvez chorando, lembramos do quanto desejamos que aquele verão durasse todas as estações da nossa adolescência.
Se este documento fosse um manual de instruções, recomendaria o exercício diário por todos aqueles que já se decepcionaram por excesso de devoção e amor: repita para si todas as manhãs “estou aberto para aprender algo novo hoje”. Não podemos subestimar o valor de um pedaço de informação (mesmo que banal), pois esse, fiel escudeiro, não nos abandonará nos momentos mais inusitados e nos renderá amigos e boas conversas.
Já se essas palavras formassem um mural de avisos, diria duas vezes antes de pensar (como se não houvesse amanhã), para que não se arrependam de nada e não eternizem sentimentos. Afinal, faríamos tudo irrevogavelmente da mesma forma.
Sinto que mesmo sendo meu aniversário, devo em forma de aviso um presente para mim e para todos aqueles que amam: não exija o amor de ninguém. Não há martírio maior do que não ser correspondido embora você faça tudo certo. Sendo assim, poupe sua consciência e passe as noites em claro dedicando sua energia em algo que seja importante o bastante para merecer qualquer sofrimento.
Minhas velinhas estão acesas para que os desejos e sonhos sejam soprados. E que estes nunca se apaguem, bem como nossa juventude.