Vocês já assistiram “Curtindo a vida adoidado”? É um clássico do cinema dos anos 80. Eu vi porque não sou nenhuma jovenzinha, mas vira e mexe ele passa na Sessão da Tarde e você pode conferir o que eu diria que foi o hino de uma geração que falava sobre liberdade e escolhas disfarçado de comédia. O Filme conta a história de um garoto que mata um dia de aula e neste dia acontecem coisas boas, coisas ruins e coisas incríveis. Ele marcou a minha adolescência, mas ficou marcado principalmente porque no momento em que Ferris dançava ao som de “Twist and Shout” em uma daquelas paradas americanas, eu contava para minha mãe que dei meu primeiro beijo. Eu já tinha dezessete anos e além de estar muito atrasada, minha mãe sempre foi minha melhor amiga, portanto achei que ela ficaria feliz, e me diria “Antes tarde do que nunca”. Mas ela fez justamente o contrário, ficou muito brava e me encheu de perguntas. Foi nesse momento que percebi que apesar de sermos amigas, não éramos. Ela ainda era minha mãe e mesmo com quarenta anos de idade eu seria sempre sua garotinha. Portanto a idéia de me ver beijando alguém não era muito agradável para ela, porque talvez o beijo significasse a começo de muitas coisas. O fim de uma fase que determina quando você larga a boneca e começa de fato a prestar a atenção nos meninos. Exatamente por isso, quando tive minha primeira relação sexual alguns anos mais tarde, decidi não contar para minha mãe. Nunca contei.
É importante contar?
Depende. Não há uma resposta correta para esta pergunta. Se você é muito próxima dos seus pais e sente que deve compartilhar tudo com eles, pode se sentir melhor contando, afinal, é uma fase importante da sua vida. É claro que é preciso estar preparada para o sermão, como eu disse, eles são seus pais e não seus amigos. A idéia da filhinha deles tendo relações sexuais sem dúvida não é muito agradável, mas alguns fatores podem aumentar o ar de desaprovação:
1– Você não está em um relacionamento sério.
2– Você é muito nova.
Se um destes for o seu caso, esteja preparada para ouvir sermões. Entenda que seus pais são de outra época.
Você pode decidir contar por que:
1– Gostaria que sua mãe te acompanhasse ao ginecologista
2– Gostaria que sua mãe tirasse algumas dúvidas.
Se você decidiu contar é melhor fazer de forma direta. Não dizem que é melhor arrancar o curativo de uma vez? O resultado final é o mesmo, logo, o melhor é fazer rápido. Então seja direta e sincera. Ela pode achar estranho no começo, mas vai se acostumar e no fim ficará muito feliz que tenha contado a ela. Não sabe como tocar no assunto? O que sempre funcionou para mim quando queria contar algo para minha mãe e não conseguia era escrever cartas. Escrevia tudo o que eu sentia e o porquê da minha decisão. Ela vinha me procurar para conversar sobre o assunto e eu evitava aquela parte de ficar noites sem dormir tentando achar uma forma de começar o papo. É infalível.