Fala sério gente, quem gosta de desespero? O desespero repele.
Mas, se eu pudesse escolher uma palavra que caracteriza o começo de um possível relacionamento esta certamente seria, desespero. Sei que você ai do outro lado esperava que eu dissesse amor, romance, paixão, desejo, a mão naquilo, aquilo na mão, mas pra mim nada pode definir melhor o começo do que pode vir a ser do que desespero, vê se não é:
Desespero: s.m. Desesperança com irritação. Angústia. Raiva; desesperação.
Gente, acho que desesperança cai como uma luva. Começo de relacionamento é como viver no limbo, não que eu tenha vivido em um, mas imagino que a angústia de não saber se sobe ou se desce é muito parecida com o não saber se vai dar em algo. É como acreditar não acreditando. É andar com um pé na frente e outro atrás. É um zóio no peixe e outro no gato. Eu não sei se sua coordenação motora lhe permite tamanha façanha, mas eu não consigo acreditar desacreditando e pra acreditar acreditando eu preciso de certeza. E é esse querer ter certeza que me leva o desespero, porque afinal, eu não posso agarrar o moço pela gola, jogá-lo contra a parede e lhe mandar logo na cara um “Mas que raios você quer comigo afinal?” porque isso por si só é a cara do desespero e como já disse aqui, o desespero repele.
Já que minha falta de desenvoltura não me deixa finalizar este texto de maneira decente, faço minhas as palavras da Mirian Bottan: “Quando você encontra alguém que preenche todos os requisitos pra ser o prato principal pro qual todas as entradas te levaram, a fome causa o exagero. Nem precisa externar, basta querer demais, querer rápido, querer resultado, querer certeza. Querer desesperadamente e além da conta te faz mal”.
Desespero faz mal e estraga a coisa toda. Ainda sim, parece que faz parte do pacote, porque afinal a gente sempre quer ter certeza. Mas, quem pode seguramente dizer que tem certeza de algo? Todas as suas decisões têm 50% de chances dar errado e 50% de chances de dar certo. O pior que você pode fazer é desistir por puro medo.