EscreVER

07 de agosto de 2011
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Certa vez me perguntaram quando e porque comecei a escrever. Não soube responder ao certo, inventei uma desculpa e sai da pergunta sem uma resposta. Aquilo ficou na minha cabeça por dias e principalmente, noites. Quando foi que eu comecei? Por que? Por quem? Amores e rolos à parte, acho que escrever sempre fez parte de mim.

Através da escrita, eu me livro e me lembro do que já não me serve. Do que ficou, do que não foi e do que ainda pode ser. Aquelas e essas palavras tão minhas, tão nossas, agora voam livres sem destino certo por aí. Essa é a sensação que fica. Não molha como a lágrima, nem incomoda como um grito, mas preenche sempre o vazio que motiva. Algumas coisas precisam ser escritas para serem entendidas.

Escrever com o coração vai muito além de colocar ordem nas palavras. É preciso coragem. Coragem pra fechar os olhos, e sentir o que acontece ou aconteceu por dentro. Enfrentar, organizar e entender. Pouca gente sabe, mas essa atitude é rara. É difícil. E como a gente vive mudando, é eterna.

Gosto de brincar que quando tenho uma folha em branco, me transformo em uma Super-Heroína. Meu super poder tem a ver com as palavras. Eu não salvo vidas, mas eu guio almas. Faço com que elas percebem que independente do quão distantes estejam, existirá sempre um caminho de volta.

Escrever também tira a gente da solidão. Não da física, da interior. Perceber que independente do que nos aflige, jamais seremos as únicas a passar por isso faz tudo aparecer mais fácil. É por isso que eu me encho de alegria quando alguém manda email dizendo que eu algum texto, consegui descrever algo indescritível.

Porque no fundo no fundo, o que todo mundo quer é fazer o outro entender o que se passa por dentro. Alguns compram uma rosa, outros tomam atitude, e eu? Escrevo.