O Meio

04 de abril de 2012
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Não sei bem por onde começar. Na verdade, nunca sei por onde começar. Acho que é porque nenhum de nós se lembra de como começamos. É meio que importa. É ali que está a essência, a aventura, o romance e o resto.

A moral a gente deixa pro final. Ela fica pra daqui a muitos anos. Quando tivermos cabelos brancos e netos para contarmos histórias. O meio é mesmo a melhor parte. É no meio do meio que você pega o embalo e embola o futuro.

No meio é que você se pergunta, e é ali também que alguém vem e responde as perguntas. Ou então você mesma responde, e acredite, não há nada de errado nisso. É no meio que você descobre que a chuva nem sempre significa tempestade, que beijo nem sempre é amor e que existem coisas muito mais importantes que estar onde todos estão. No meio é que você descobre que não se pode confiar em todo mundo, mas que ainda assim não se pode perder a esperança no ser humano, não se desiste da gente nunca.

É no meio que você procura ferozmente o grande amor da sua vida. E você acha. Acha alguns grandes amores da sua vida, ou melhor, do seu meio. Alguém que viva pelos mesmos meios que você. É ali, bem no meio, que você vai olhar pro espelho e se perguntar “o que eles querem de mim?”, pra depois entender que a pergunta certa é “o que eu quero de mim?” e assim você caminha pro futuro. Mas por favor, não se perca no meio.

Viva o meio, o meio é bom! Ele tem gosto de aventura. É onde todo mundo quer estar: No meio de um beijo, no meio dos braços dele, no meio de uma cama enorme e quente, no meio dos seus amigos. Meio é estar dividindo pra multiplicar.

Fomos o início, somo o meio e desejamos o depois. Então talvez seja isso que eu esteja fazendo aqui, vivendo o meio de algo grandioso, em busca das minhas respostas que vem de lugar nenhum e me levam pra algum lugar. Estou aqui para viver o meu meio. E o fim desse texto? Ah, o fim! O fim a gente deixa pra depois, o meio tá bem mais gostoso!