Essa semana os sites de fofoca soltaram uma nota dizendo que a cantora caribenha Rihanna estaria se reconciliando com o rapper Chris Brown. O casal, que namorou em 2009, viveu uma história bem polêmica que chegou a virar caso de polícia. Vocês devem lembrar, mas a cantora o denunciou na época por agressão física e Brown foi condenado a cinco anos de liberdade condicional e a cumprir 80 horas de serviços comunitários. Foram divulgadas fotos da cantora agredida e o mundo inteiro ficou bastante sensibilizado com a história. Afinal de contas, a violência doméstica e familiar contra a mulher, é um assunto sério que envolve muito mais do que tabloides e polêmicas de celebridades que não querem sair do foco das câmeras.
Ao denunciar o parceiro, Rihanna talvez sem querer, se tornou símbolo da luta contra esse tipo de agressão. Penso que muitas mulheres se inspiraram na atitude da cantora, que é uma das maiores da atualidade, e criaram coragem para também fazer a denúncia. Bom, desde então muita coisa aconteceu. De brigas em boates à entrevistas onde a cantora afirma ainda amar o cantor e tatuagens polêmicas. É justamente sobre isso que quero conversar hoje com vocês. Essa história toda me inspirou e fez com que eu percebesse uma coisa que sempre esteve bem na minha cara.
Sinceramente? Não sei se acredito nessas histórias que esses sites contam e a gente ama tanto acompanhar. É como se fosse uma novela e todos os fãs ficassem lá na expectativa, pra saber o que acontece depois. Com tanto interesse do público é claro que o sensacionalismo vai falar mais alto e vão surgir mil e uma notícias, entrevistas e fotografias que contam a história de diferentes maneiras. Em qual acreditar? Nenhuma.
A foto da Rihanna tá lá, a tatuagem dele também e claro, a denúncia na polícia. Isso ninguém pode dizer que não é verdade, certo? Com tantas evidências de que história não vai terminar nada bem, é claro que os fãs da cantora vão ficar dizendo que ela é louca e não tem um pingo de amor próprio. É uma história complicada e que na minha opinião, ninguém tem o direito de enfiar a colher. Mesmo se tratando de algo tão sério. Algumas coisas nessa vida independem da opinião alheia, sabe? Às vezes a gente tem que viver uma coisa cem vezes para finalmente aprender e tirar daquela situação algo que vai fazer de verdade diferença na nossa vida. Talvez mudar de emprego, dar valor aquele cara que sempre esteve do nosso lado, ou sei lá, parar de tentar ser a garota perfeita dos sonhos de alguém. Não tem jeito pessoal, cada pessoa tem seu tempo e isso ninguém muda isso. Nem a polícia, nem os pais, muito menos os fãs.
Quando colocamos alguma coisa na cabeça, ou no coração, a única pessoa que consegue tirá-la de lá somos nós mesmos. E talvez essa seja a graça de viver. Imaginem só como seria poder controlar nossos sentimentos de acordo com cada situação e pessoas que estão ao nosso redor? Não diga que seria melhor, vai. Desse jeito nós seriamos fantoches e não pessoas reais.
A verdade é que nós somos seres humanos e nem sempre sabemos o que fazer com a incrível capacidade do nosso cérebro. Pensamos demais e tentamos encontrar razão em absolutamente tudo o que acontece em nossas vidas. Uma despedida, um sorriso, uma pessoa que já não está mais do nosso lado. Complicamos quando o que na verdade deveríamos fazer, é simplesmente viver. Afinal de contas, temos sentimentos e consciência das coisas que acontecem todos dias. Enxergamos a vida em passado, presente e futuro. A maioria de nós tem metas, objetivos e sonhos. Ah, e claro, nessa história entra também a paixão e amor.
Quando conhecemos alguém, esperamos que a pessoa seja de um jeito. Projetamos o outro em nossa mente e aos poucos, vamos conhecendo quem ele realmente é. É claro que essa história nem sempre tem um final feliz. Amigos esquecem promessas, amores erram e feio, e paixões acabam de uma hora pra outra sem muitas explicações. Mas para nossa sorte, nossa vida não é feita só disso. Temos a escola, o trabalho, o jogo no final de semana, aquele antigo sonho… E então, ocupamos nossa mente com outras coisas, outras pessoas. Enfim, partimos para outra e mudamos o foco.
Na teoria é assim, mas e na prática? Precisamos de mais tempo que o necessário. Oportunidades surgem e escolhem precisam ser feitas antes do que o esperado. E agora? Agora você continua sentada aí e termina de ler esse texto pra entender onde é que eu quero chegar com essa história toda.
Demora um tempo pra gente perceber o valor das coisas mais simples. O que é fácil, nessa nossa vida de ser humano pensante, dramático e sentimental, tende a se tornar o menos interessante com o tempo. Por isso algo “perfeito” não nos parece tão legal à primeira ou segunda vista. A síndrome do garoto errado nasce justamente aí.
Somos tão complexos ao ponto de acreditar que conseguir mudar alguém é a missão que fará nossa vida feliz pra sempre. Entendem? Transformar aquele idiota da turma que faz tudo errado no garoto dos sonhos ou sei lá, continuar gostando daquele cara que mora a 442342km e nem se importa tanto assim com você é algo que com certeza vai ocupar grande parte do seu tempo livre (ou não livre) nos próximos meses. Olha aí o cérebro indo pelo caminho mais complicado. Por que? Sei lá. Eu e a Rihanna gostaríamos muito de saber também.
Quer saber? Talvez nem tenha resposta. A solução deve aparecer nas nossas vidas com o tempo. Lá pelos trinta e poucos. Ou se a gente der sorte e o destino for bonzinho, antes. Espero que sim.
Ah, e por último, lembrem-se que nem sempre o garoto errado tem um estereótipo. Ele não precisa fumar maconha, ser bem mais velho ou ter um passado amoroso com aquela sua amiga do colegial. O garoto errado é aquele que não faz bem pra você. Que te deixa mais tempo chorando no travesseiro do que olhando pro teto do quarto e lembrando de coisas boas.