Eu queria te falar das borboletas no estômago. Sabe, aquelas que todo mundo diz que aparecem no nosso corpo quando a gente tá naquele estado de paixão? Aparecem mesmo. Mas as minhas são bem mais rebeldes do que dizem por aí: elas andam dando mortais aqui dentro, me fazendo dar pulos de susto. Pulo, aliás, é o que mais meu coração anda dando cada vez que você passa por mim. E aí eu percebo que o que mais temia já aconteceu.
O problema é que eu não sei amar. É bom dizer isso logo de cara. Eu precisava que você explicasse isso para o meu corpo. Eu-não-sei-amar. É verdade, eu juro. Eu confundo tudo, eu cobro demais, eu me cobro demais, eu tenho medo e aí eu fujo. Eu fujo, porque eu não sei amar. E quem é que sabe amar por aí? Quem é que sabe até aonde pode ir, até aonde deve, ou o tal do jeito certo de amar outra pessoa? Como é que faz para aprender a parte teórica de amar? Tem aula?
Eu não queria amar. Mas eu queria te falar das minhas mãos suadas, das minhas pernas bambas e do meu coração disparado. Eu queria te falar do nervoso que eu sinto quando você manda uma mensagem e me faz sentir como se eu fosse a única mulher no mundo. Eu queria te falar sobre as coisas que eu li só para te impressionar. E até sobre todos os filmes que eu assisti (e não suportei!) só para ter assunto com você.
Sem saber amar tudo fica bem mais difícil. Mas eu ainda queria te falar que olhei se nossos signos combinavam (e eu nem acredito em horóscopo). Eu queria te falar sobre como eu arrumei a bagunça da minha vida e tirei a poeira debaixo do tapete (ainda que isso seja exagero). Eu queria te falar que seu número é o primeiro da minha agenda, que meu celular só tem mensagem sua e eu que eu salvei uma foto do seu sorriso (só para não esquecer).
Eu queria te falar do meu olhar bobo quando você me mostra que você não tem nada de especial, mas ainda assim consegue ser o único a cativar toda a minha atenção (e o meu coração). E eu queria te falar de como eu já estou planejando te ligar no dia 31. E que, faltando segundos para a virada do ano, eu queria te falar sobre aquilo que já me conformei: eu não sei amar, mas eu te amo.