você está lendo Só mais uma de minhas teorias

lost

Às vezes me perguntam como consegui publicar um livro, mudar para São Paulo sozinha e atualizar um blog por mais de três anos sem ficar sem assunto ou perder a motivação. Vocês sabem, adolescentes nunca sabem o que querem.

Tem 18 anos, acusam, ainda não viveu o suficiente para saber das coisas. Talvez estejam certíssimos, admito. Principalmente porque o trabalho se tornou prioridade e por sorte, também paixão, antes do que para boa parte das pessoas normais. Então, pulei fases que todos os meus amigos viveram ou estão vivendo na idede tal. Na minha idade. Barzinhos, baladas, rolês de faculdade, enfim, tudo o que eu também posso ter, mas ainda não tenho por estar focando em coisas diferentes. Ou melhor, em ordens diferentes. Também pode ser porque eu não gosto e não tenho nem um pouco de paciência para esse tipo de coisa. Quem sabe? Eu não sei.

Não pensem que eu estou reclamando. Nem você, viu Deus? Não trocaria o que tenho por absolutamente nada nesse mundo. Sou é muito grata ao destino, a minhas leitoras e a minha família. Mas toda essa confusão vai mudar completamente o meu destino e a perspectiva que tenho da vida. Se isso é bom, ainda não sei. Se vai me fazer feliz por mais tempo, também não sei. Mas já consigo enxergar e sentir algumas das consequências.

Junto com a tão sonhada independência, surgem as responsabilidades. Palavrinha que não por acaso, minha mãe sempre repetia há alguns meses.  O fato é que quando não existe ninguém entre nossas escolhas e as futuras consequências, somos obrigados a sair da nossa zona de conforto e tomar alguma atitude. Quando nos damos conta que estamos sozinhos nessa parada, tendemos a nos tornar cada vez mais individualistas. Pelo menos foi o que aconteceu comigo. Preciso batalhar pelo que eu quero e é nisso que vou me basear para fazer outras escolhas. Profissionais e às vezes, pessoais também.

Funciona como um mecanismo de defesa que criei para sobreviver do mundo. Posso estar exagerando, mas simplesmente não consigo mais confiar tanto nas pessoas. Sempre me ensinaram que esse é o jeito certo de viver. O jeito seguro. Principalmente em São Paulo. Principalmente na internet. Mas me pergunto se no meu caso, não está passando dos limites, sabe? Eu costumava ser muito afetiva. Ainda quero poder ligar para alguém e contar das minhas conquistas, dos meus medos, das minhas inseguranças. Enfim, ser completamente sincera. Assim como eu costumava ser aqui no blog. Quando ele tinha fundo preto e umas fotos bizarras. Mas o tempo passou. Eu mudei. E as circunstâncias também mudaram. Isso eu já entendi e me conformei.

Vejo como um labirinto (lá vai eu criando teorias de novo) e a única saída, é continuar batalhando por aquilo que eu quero e defendendo as minhas opiniões. E eu me pergunto, o que eu quero? O que eu penso sobre isso? Comprar um apartamento. Escrever outro livro. Viajar para lugares legais. Comprar um sítio para os meus pais. Publicar outro livro. Aprender várias línguas. Morar em uma casa cheia de cachorrinhos fofos. Bom, o que eu desejo querer é aproveitar cada coisinha que acontece entre uma conquista e outra (isso, acreditem, para muitas pessoas, pode ser a parte mais difícil).Porque só ter o mérito de dizer que fiz tal coisa e ganhei tal coisa não me faz feliz. Me faz egocêntrica e babaca. O que enche meu coração de alegria é pensar que eu ainda sinto prazer em fazer o que estou fazendo. Mesmo que eu esteja no meio do caminho, sozinha ou sei lá, indo na direção menos convencional.

O lema é pensar menos, fazer mais. Sorrir, ah, para isso não preciso criar um teoria. Tô sempre fazendo.