E agora, Zé?

27 de novembro de 2013
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acabou-e-agora

Acabou. Bom, pelo menos, no momento em que você estiver lendo esse texto, provavelmente já terá acabado. Ou talvez acabe daqui a pouco. Daqui uma semana, um mês, quiçá um ano – alguma coisa vai acabar (um curso, a escola, a faculdade, um trabalho, um namoro, uma amizade…). No meu caso, dessa vez, apenas acabou. E aí essa é a hora em que eu pego a mala, arrumo as roupas e encaro a parede com a expressão mais perdida da vida. E agora, Zé, vou pra onde?

Esse mundão de meudeus é tão grande, o meu Zé provavelmente responderia. Olha aí, quanta oportunidade pela frente. A vida é uma só, então vai lá e aproveite as coisas que estão começando. Porque, olha (olha!), quanta coisa começando. Leve roupa de calor e de frio e você estará preparada. Respire fundo, você consegue. Vá-em-frente. Ah, Zé, tanta frase de autoajuda, mas eu só queria saber mesmo: quando acaba, o que acontece depois?

É difícil acabar as coisas. Até mesmo eu, que não sou a maior fã de rotinas, que vivo dizendo por aí que amo mudanças, sofro com finais. A palavra “fim” não é legal. Dá aquela sensação amarga de bloqueio, fronteira, linha que diz “chega”. E aí ou a gente dá meia volta ou muda de caminho: de certo lugares não dá mais para passar. E vem aquele soco no estômago, não é? Caramba, e-agora-Zé?

Algumas vezes você se despede, algumas vezes chora, algumas vezes deixa para lá. Sente aquele apertinho no peito, mastiga uma decepção ou então engole um bom pedaço de coragem. Mas vai. Respira fundo e vai, porque a graça da vida está justamente em poder se reinventar. Não disseram por aí trezentas mil vezes que era melhor ser uma metamorfose ambulante?

Bom, acabou, Zé. Vou arrumar a mala com roupas para todas as estações, até mesmo aquelas que eu não gosto tanto de usar (vai que meus gostos mudam, não é mesmo?). Vou tomar umas doses de coragem, esconder o medo com a maquiagem e ir. Afinal, é só mais um fim entre tantos outros, não é Zé? Você tem razão, vou parar com o drama. No fundo, seus conselhos de autoajuda têm mesmo razão: se quase tudo pode acabar, o que importa mesmo são os nossos meios e começos. Então vamos lá, sacudir a poeira e recomeçar. Eu e você. E ver no que isso vai dar. Né, Zé?