Apesar de já não morar com meus pais há um bom tempo, ouso dizer que foi só na última semana que descobri o verdadeiro significado da palavra independência. Talvez tenha sido a primeira vez que de fato me senti um indivíduo independente no sentido literal. Hoje não dependo de ninguém, pra sobreviver ou pra me sentir viva, e isso é tão legal que eu precisava compartilhar com vocês.
Nesse exato momento estou em um quarto que não é meu. Tá frio pra caramba. No cômodo ao lado dorme uma garota da Suíça que quase não para em casa. O sotaque dela é fofinho. No andar de cima vive uma família desconhecida. Uma mãe e dois filhos. Meu inglês não é tão bom, então eu diria que entendo 70% das coisas que eles falam comigo. Por via das dúvidas, para o outros 30%, respondo “Ok”. Estou numa cidade nova e não sei pronunciar direito o nome da rua que fica o ponto de ônibus que preciso descer depois da escola. Na minha bolsa tem uns 4 mapas amassados, quebraram minha mala no aeroporto e o banco bloqueou o meu cartão internacional sabe-se lá porquê. Tenho dormido cedo e acordado no meio da madrugada. Acho que ainda estou no fuso-horário do Brasil. Essa tarde chorei no meio do shopping feito criança com fome, ainda não tive tempo de fazer a lição de casa e tenho mais aftas do que dente dentro da boca.
*respira fundo*
Quer saber? F#$A-#@. Eu tô é feliz pra caramba. Não porque as coisas estão dando 100% certo, a vida de ninguém é tão perfeita assim, mas porque eu tenho conseguido me virar sozinha. Esse certamente é o maior aprendizado que um intercâmbio proporciona.
Palmeiras. Pôr-do-sol. Praia. Parques gigantes. Gente bonita. Phantom Planet tocando no fone. Ah, a Califórnia é tão charmosa quanto os filmes e séries mostram. É impossível passar duas semanas aqui sem desejar estender a viagem mais um pouquinho. Tipo o resto da vida. É tanta coisa pra olhar. Lugares pra fotografar. Gente pra conversar. Eu já falei que a Forever 21 tá em liquidação?
Devido ao atraso em Dallas, estamos em San Diego há menos de uma semana. Cada pessoa do grupo mora com uma host family diferente e nos encontramos diariamente na escola. Passamos a tarde fazendo alguma atividade com os líderes, tipo zoológico e patinar no gelo, e no final do dia voltamos pra casa de ônibus pra jantar e dormir com nossas famílias de mentirinha. O grupo é muito unido, o que torna a viagem ainda mais legal e engraçada.
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