Não sei exatamente quando acontece, mas uma hora dá um clique. Tem sempre um motivo ou outro para reclamar, é claro, e a internet deixa tudo ainda mais tentador. Mas a vida, quando a gente cresce e arranja problemas de verdade, acaba ocupando tanto tempo que a gente tem que empurrar o mimimi pra longe. De vez em quando bate medo, dá desespero, surge aquela pontinha de vontade de sentar e chorar e procurar a mãe, mas, na maioria das vezes, só nos resta respirar fundo e tentar achar qualquer solução.
É claro que eu não tenho a solução pra tudo e, na maior parte das vezes, erro e erro de novo até aprender. E aí um ombro amigo é sempre bom. Ou um abraço de alguém que sabe o quanto a gente se esforçou para, no fim, acabar não chegando a lugar algum. A questão é que não dá para se colocar no lugar de vítima sempre. A gente precisa assumir responsabilidade pelas nossas escolhas, pelos caminhos que tomamos e pelo jeito que a nossa vida está. Afinal, é nossa, não é?
Outro dia, me perguntaram qual mágica fiz para conseguir parar de stalkear uma pessoa que eu vivia querendo saber sobre. Pensei rápido e só consegui uma resposta: arranjei problemas maiores. E é a verdade. Fui tendo tanta coisa para pensar nas poucas 24 horas de um dia que cansei do drama. É muita conta, muito trabalho, muitas decisões profissionais, muitas ideias de futuro para perder tempo com quem sequer sabe o que quer da vida. Com quem mal consegue decidir se nos quer em sua vida. Preguiça, né?
Reclamar, de vez em quando, faz bem. Desabafar é sempre bom. Colocar para fora o que fica preso no peito é uma necessidade de todo mundo. Escrever um texto dizendo “cansei” é normal. Mas, uma hora ou outra, a gente tem que perceber que, se quiser alguma coisa na vida, ficar reclamando e se vitimizando não vai adiantar de nada. Ninguém corre atrás dos nossos sonhos. Uma hora a gente aprende: a nossa vida depende é da gente.