Frustre-se

25 de outubro de 2015
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Quem nunca falou a frase “não vou nem tentar porque sei que não vai dar certo” que atire a primeira pedra. Às vezes, nós optamos por nos distanciarmos de uma possível tentativa e estacionamos num mesmo lugar, só para não corrermos o risco de ver as coisas dando errado. Não experimentamos uma comida nova porque achamos que não vamos gostar. Não vamos até o cinema porque achamos que encontraremos o nosso ex por lá. Deixamos de falar o que realmente sentimos porque temos medo do que o outro vai achar.

O que aconteceria se tudo sempre desse realmente errado? Vamos jogar a real: a gente saberia se virar. Comida ruim? Engolimos a garfada e depois trocamos de prato. Ex-namorado no recinto? Cumprimentamos o cara e escolhemos um outro lugar pra sentar. Papo errado? Simplesmente trocamos de assunto. O problema é que a mínima chance de passar por situações negativas nos causa um medo tão grande que simplesmente não saímos do lugar. É aquele velho ditado, só que um pouco transformado: pelo sim ou pelo não, fico aqui mesmo. O sentimento de impotência se instala em nossas cabeças, nos fazendo pensar que nossos desejos e expectativas nunca serão cumpridos.

Sabe aquelas metas de final de ano? Conheço várias pessoas que não as fazem mais porque “sabem” que não vão cumprí-las, acham que nada daquilo vai se realizar e então, irão se frustrar. You know nothing. E essa tal frustração? Por que a gente tem tanto medo dela? Se eu pudesse dar um conselho agora mesmo, ele seria: frustre-se, sim. Mas frustre-se mesmo!

A frustração, por pior que seja, é um sentimento passageiro. No caso de alguém que vê primeiro o lado negativo das coisas, a percepção das situações fica distorcida e o incontrolável se torna um monstro. E sabe o que é pior? Essa pessoa tende a ficar mais e mais desconfortável com cada mínima chance de as coisas darem errado e começa a fazer somente o que é 100% seguro e previsível. Vira alguém acomodada e não entende que passar por uma frustração não significa fracasso, muito pelo contrário.

Tudo é um aprendizado. Erros podem funcionar como estímulos internos e também nos ensinam o que deve ou não ser valorizado. Não seria um pouco sem graça se conseguíssemos as coisas sempre de mãos beijadas? Sem a mágica da conquista e do processo. “Nós queremos chegar ao final do caminho, mas sem passar pelo caminho.” Oi? Não dá para viver de atalhos!

Frustrar-se é um processo que nos deixa mais maduros, que nos faz entender que o mundo não tem que corresponder aos nossos desejos a todo momento. Pense em um ícone, em uma personalidade que seja um exemplo para você. Quantas vezes você acha que ela já se frustrou na vida pra chegar onde está agora? Não importa quem, a resposta sempre será a mesma: os tombos e decepções foram vários. O importante é fazer dessa contrariedade uma ponte para nos fortalecermos e crescermos como pessoas. Pessoas que erram e se frustram, mas aprendem.