É praticamente impossível não se lembrar da Melanie Martinez no The Voice USA. Não que seja difícil: o estilo, a carinha de boneca, a voz que parece sempre estar contando um segredo e (principalmente!) o cabelo de duas cores fazem com que a cantora de 20 anos seja reconhecida em qualquer lugar.
Melanie, que já apareceu aqui no blog algumas vezes, participou da terceira temporada do “The Voice” americano em 2012 (ela tinha apenas 17 anos!). A garota era do time do Adam Levine (o meu cantor predileto no mundo) e ficou em sexto lugar. Após o programa, Melanie continuou investindo na carreira, foi contratada pela Warner e lançou seu primeiro álbum, “Cry Baby”.
Conversamos com a cantora em São Paulo, onde ela se apresentou no fim de novembro (teve show no Rio também!). Melanie é legal demais. Original, fofa, estilosa e cheia de talento. Conversar com ela foi uma delícia! Deu vontade de passar mais tempo papeando. Espero que gostem da entrevista! Vamos lá?
Oi Melanie! Tudo bem? Obrigada por falar comigo!
Estou bem e você? Claro, eu que agradeço!
Estou aqui representando o Depois dos Quinze, criado pela Bruna, que hoje tem 21 anos – só um pouquinho mais velha do que você! As duas começaram algo muito grande e significativo praticamente com a mesma idade, porque você participou do “The Voice” com 17, certo?
Isso mesmo! Que legal!
É demais tê-la aqui. Quando você chegou?
Ontem de manhã! Fiquei o tempo todo no hotel, não tive tempo de explorar nada…
Mentira!
Me dê dicas de restaurantes, parques e lugares que eu deva conhecer!
São Paulo é bem legal, é como Nova York, sabe? E o Rio, quando você chegar, vai pensar: “esse é o lugar!” Haha. É tão maravilhoso! Bom, vamos lá: o álbum “Cry Baby” conta a história de uma personagem. Quem é ela?
“Cry Baby” fala sobre uma personagem baseada em mim! Temos muitas semelhanças e diferenças – acho que a principal diferença está em nossa história. A dela é mais excêntrica, como um conto de fadas. Eu queria escrever histórias sobre situações que eu nunca tinha enfrentado. Mas tem coisas ali bem pessoais pra mim, sabe? O CD todo é muito pessoal: eu estava bastante inspirada e na vibe dos temas infantis. Todo o exterior do álbum, o lado de fora, é colorido, como se fosse uma criança pequena, mas, por trás, é bem dark, maduro e honesto. A personagem é bem insegura no começo e não se sente muito confortável com quem ela é. Com o tempo, por conta das experiências vividas, ela acaba ficando mais confortável, mais confiante, e acho que passei pela mesma mudança escrevendo o CD. O objetivo foi transformar o nome “Cry Baby” muito mais em um elogio do que num insulto porque, quando eu era pequena, pegavam no meu pé por eu ser emotiva demais. Era difícil!
É muito legal saber que o CD te ajudou a se sentir mais confortável com quem você é! Bom, você definiria o álbum como pop alternativo?
Na verdade, eu tenho várias influências. Adoro hip hop e tem muito disso no CD. Não sei, é engraçado, muita gente descreve sua música dentro de um gênero, ele dizem: “é pop, é alternativo, é isso e aquilo”, mas eu não olho minha música como um gênero, a vejo como uma história, é tudo muito visual, como estar pintando um quadro. Eu estou apenas escrevendo músicas!
Adoro o fato de você querer contar histórias. A Bruna também é escritora e já tem vários livros lançados. Você já pensou em escrever livros?
Que demais! Olha, nunca pensei em escrever livros, mas acho que, com minha música, é meio que como se eu estivesse escrevendo um livro. Estou contanto uma história e, eventualmente, quero que todos os meus álbuns estejam conectados, criando um grande roteiro. Quero que esta história seja um filme um dia! Este é, pra mim, o sonho “final”.
Nossa! Não sabia disso, que legal! Bom, mas se você escrevesse um livro hoje, seria uma história de terror, um romance…
Acho que seria tudo isso! Seria uma história de terror com um pouco de amor envolvido… misturado com comédia! Seria tudo! (risos)
Eu sei que você adora fotografia! Quanto disso trouxe pro álbum? Também sei que seu último clipe foi dirigido por você!
Sim! A fotografia me ajuda a dirigir clipes musicais, o que é uma ótima ajuda, porque adoro dirigi-los. Adoro tudo que é visual. Tiro minhas próprias fotos e tal e, para a capa do álbum, eu sabia exatamente como queria que a foto fosse, era um conceito que estava na minha cabeça há muito tempo. Acho que tirar fotos desde que eu era criança e contar histórias através das fotos são coisas que andam de mãos dadas com minha música.
Eu sei que já faz um tempinho, mas preciso falar! Eu gosto muito do Adam Levine, tipo MUITO e acho que nunca estive tão perto de uma pessoa que o conhece de verdade. Hahaha! Me conta como ele é?!
Hahahahaha! Ele é bem engraçadão, um palhaço! É um cara muito legal!
Gosto muito do seu estilo! É incrível ver todas essas garotas e garotos aqui do lado de fora da casa de shows esperando pela apresentação de hoje totalmente vestidos à la Melanie. De onde você tira referências? De onde vêm as ideias?
Muito obrigada! Nossa, não sei de onde vêm as ideias! Este look que estou usando agora (vestido de camurça pink de botões com rostos de bonecas de plástico colados nos bolsos), por exemplo, é todo vintage, tipo de brechó, mesmo. Eu vou encontrando coisas, montando os looks… E é assim! (risos)
Quando foi que você pintou o cabelo pela primeira vez?
Eu tinha 16 anos! Não, espera, talvez 15? Minha mãe nunca me deixou descolorir o cabelo, ela falava que eu iria destruir os fios. Eu odiava isso, todo mundo estava descolorindo e eu não! Um dia, estava assistindo a “101 Dálmatas” e a Cruela apareceu! Hahaha! Aí falei pra minha mãe que queria pintar o cabelo tipo o da Cruela. Ela disse não, é claro. Aí liguei pra ela uns dois dias depois, quando estava sentada no cabeleireiro e falei: “Mãe, é sério. Estou pintando!” Ela disse que não acreditava em mim. Então eu cheguei com o cabelo pintado e minha mãe ficou uma semana sem falar comigo! (risos) Acho que foi o meu jeito de me rebelar!
Por quanto tempo você costuma manter uma mesma cor?
Eu mudo bastante! Tipo, neste momento, estou usando uma peruca… Meu cabelo verdadeiro está loiro e preto agora. Há algum tempo, voltei tudo para o loiro. Eu tinha colocado tantas cores diferentes nele! Então esperei todas as outras cores desaparecerem pra voltar para o meu loiro natural. Mas eu mudo a cada dois meses, mais ou menos, depende muito de como estou me sentindo!
E aí, gostou da entrevista? A Melanie é demais! Conta o que achou nos comentários? =)