você está lendo É você que me cobre de amor

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Você roubou o meu cobertor e eu acordei no meio da noite, com frio. O tempo nem estava tão gelado assim, mas sou do tipo de pessoa que não dispensa um edredom nem quando o tempo está ameno. Olhei para o lado e, antes de puxar um ladinho da coberta para mim, vi você dormindo, quietinho, perdido em algum sonho bom (eu daria um doce pra saber qual era).

Despertei totalmente do meu sono e os pensamentos foram vindo quase instantaneamente. Tem gente que chama de sorte, mas acredito que deve ter alguma palavra ainda não inventada que represente isso. Quando eu iria imaginar que daria tão certo assim, você e eu?

Não me importo de dormir sozinha, aliás, passo a maior parte da semana apenas na companhia do abajur da mesinha de cabeceira e dos últimos Snaps da noite até o sono chegar. Mas aqui, ao seu lado, o mundo parece realmente mais interessante e um pouquinho mais poético. Me dá vontade de levantar e ir até a janela, deixar a brisa entrar (ué, quem é que estava querendo se cobrir há poucos instantes?), olhar para as estrelas e ver se consigo encontrar algum significado oculto por trás das constelações.

Fico querendo colocar uma das minhas músicas favoritas pra tocar e embalar o momento, mas não quero te acordar e tampouco sei onde está o fone. Olho para cima e, na escuridão do quarto, consigo visualizar o seu riso frouxo. Tão bom! No momento você nem está sorrindo, mas a coisa é mesmo tão louca que posso vivenciar novamente cada momento bonito pelo qual já passamos sempre que você está por perto.

Observo sua respiração e começo a me achar meio maluca. É, está na hora de voltar a dormir. Tudo aconteceu tão rapidamente que nem me dei conta de que quase quarenta minutos se passaram durante meus devaneios. Dou risada de mim mesma, me enchendo por completo de todo aquele sentimento de paz (que só você consegue me trazer).

Sabe, não importa muito o cobertor que você me roubou.
Quem é que precisa de edredom quando você me cobre assim, de amor?