Podia ser mais fácil. Bem que eu queria que fosse! A gente simplesmente olharia para aquela pessoa tranquila e, ao mesmo tempo, ela nos veria da mesma forma e pronto, deu match! E um match infinito, que se renova todos os dias, nos deixando com as bochechas coradas pelo simples fato da sua presença. Aquele fôlego da novidade, aquele frio na barriga da paixão, o sentimento quentinho que o amor traz… só que não.
Não optamos, simplesmente acontece. Você está de boa, na sua, muitas vezes nem pensando em encontrar alguém especial e plaft, o cupido acerta aquela flecha bem no meio do seu peito e te faz olhar pra frente. Quem está ali? “Espera aí, cara, tô ocupada aqui com uma coisa e depois vejo isso!” Infelizmente não tem muito jeito de forçar este tipo de diálogo, você involuntariamente nota que, ali, está aquela pessoa. Justo aquela com quem, você bem sabe, não vai ter jeito, maneira ou circunstância de vocês ficarem juntos. Tarde demais, seus olhos já a veem de outro jeito.
E que olhos, não? Porque quando a paixão pega a gente assim, cada detalhe vira um belo quadro a se valorizar. Só de lembrar do rosto, ah, um suspiro longo… seguido de vários pensamentos malucos: imagina se ele estivesse aqui? Imagina se desse certo? Imagina se os obstáculos não existissem? Imagina só se a gente combinasse?
Mas não combinam. Porque, no fundo, você sabe que não é a pessoa certa.
Mas, bom, o que seria este conceito de pessoa certa, mesmo? Também não sei, mas há inúmeras provas que dizem que, errada, ela é.
Estamos falando de duas pessoas completamente diferentes. A diferença soma às vezes, mas tem horas que ela é tanta! E não se tratam somente de diferenças de personalidade, porque com estas a gente lida. As diferenças estão nas rotinas, nos costumes e em tudo que nos cerca. Tão, tão opostos.
E mesmo com tantas complicações, quando você vê aquela pessoa, manda tudo para o espaço. Dá vontade de arriscar e tentar – mesmo que dê errado. Mesmo que não dure, pelo menos vai valer a pena. Será? Pena que não dá para fazer o coração se empolgar pelo amor simples, pacato e totalmente correspondido. Ele sempre escolhe a adrenalina, as mãos suadas, a pessoa que se torna o melhor personagem daquela série viciante.
Eu disse, não é nem um pouco fácil. É um caminho turbulento, com vários buracos e um forte risco de acidentes. Certo, talvez tenha exagerado um pouquinho. Na matéria Drama Queen eu tirei a nota 10, mas é que o amor proibido é tão irresistível e, ao mesmo tempo, tão difícil e incerto… como encarar? Como lidar?
Não sei se faço as malas ou se fico por aqui. Será que, se eu esperar, vai passar? E se eu embarcar, consigo chegar lá? Fato: meu coração sempre insiste em pegar a pior estrada.