Que a gente nunca troque por nada a possibilidade de ir para onde quisermos.
Não queremos nenhuma amarra que nos prenda a qualquer tipo de lugar, nos deixando atadas a uma única realidade. Pense bem, não temos vocação para prisioneiras: seja de uma situação, de um local físico, de nós mesmas ou de um outro alguém.
Eu voo. Você voa. Nós voamos.
Eles não nos verão dentro de uma gaiola.
Estou pensando nelas, nas mulheres que deixam de viver porque algum fator prendeu-as e arrancou delas a sua liberdade.
Que isso mude pra elas. E que nunca aconteça com a gente.
Gosto de poder ter a certeza de que, se ontem preferi a calça jeans, hoje vou optar pela saia curta sem maiores recriminações. Gosto de sair em grupo e, em seguida, sair sozinha. Gosto de andar com aquelas pessoas que pensam “x” e depois conversar com a turma do “y”. Gosto de ser eu mesma, de usar batom vermelho, de não usar batom nenhum, de ser dona de mim, da minha mente e do meu corpo.
E é isso o que a gente faz: quebra barreiras e as reconstrói, o tempo todo.
Nós gostamos de mudanças e novas experiências. São elas que nos fazem retomar as rédeas do nosso destino e mostrar, para nós mesmas, que, por aqui, somos nós que estamos no comando.
Tem vezes que abrimos a porta de casa e não vemos aquilo que gostaríamos. Nos deparamos com mulheres passando por situações de sofrimento inaceitável. Meninas, garotas, mulheres, senhoras. O que o mundo quer? Que a gente viva sob as regras feitas pra gente… mas por eles? Saibam: a tristeza passa, mas a mancha da experiência fica. Ela nunca some. Foi uma a garota violentada por três dezenas de homens. Foram centenas as que choraram. Serão muitas as que jamais esquecerão.
Eles não vão conseguir. Não vão tirar dela, de mim e de todas nós a nossa liberdade, a nossa autonomia. Não vamos ficar paradas.
Nós somos nossas.