Eu sinto que estamos mais próximos do que nunca.
Como jamais estivemos. Nossos corpos nem precisam estar no mesmo espaço, tampouco no mesmo ambiente. Eles apenas coexistem – de um jeito que não tem como explicar, afinal, não há nenhuma forma de traduzir em palavras o que está, enfim, acontecendo.
Sabe aquele tal alinhamento de planetas que só vemos depois de muito, muito tempo? Me sinto dessa forma. Eu sou Júpiter e, você, Saturno. Perceba: posso ser maior do que tudo, mas, quando você passa com esta órbita alucinante, não tem como não sentir a sua presença.
Não dá para ignorar tamanha atração, ainda mais quando ela se dá repentinamente. Por aqui, há uma pontinha de esperança – que esconde um iceberg gigantesco de inúmeros pensamentos arquivados em mim: será que você vai me perceber?
Não vou mentir que, antes de dormir, já imaginei isso tudo acontecendo algumas vezes. Na minha imaginação, em alguns dias era frio, em outros fazia um calor incrível com o céu azul lá fora. Em todas as imagens, existia um ponto em comum: a gente se aproximava.
Finalmente, a gente se enxergava daquele jeito que transcende os corpos e vê muito além do que está ali.
E quando o momento do encontro acontece, parece até que estamos eletrizados. A energia que vem de você mudou. De fato, tudo mudou.
E quando você caminha em minha direção, a vontade que dá é de apressar logo as coisas: pular no seu abraço, te dizer o quanto te adoro e poder aproveitar cada segundo na sua companhia, observando tudo de mais lindo em você.
Mas não vou atropelar nada.
Guardo esta vontade aqui no meu íntimo e espero, porque sei que não vai demorar muito, as coisas acontecerão naturalmente, do jeito que tem que ser. Afinal, agora você já está muito mais perto do que antes.