Não consigo entender a mente de quem não gosta de ler, mas tenho um palpite: ao certo, a pessoa nunca deve ter concluído uma boa obra.
Um livro faz com que você chegue às páginas finais com todo o conhecimento adquirido pelo personagem principal, mas em sua própria bagagem. A história te faz rir, se apaixonar, se surpreender, talvez chorar e também experimentar um mar de outras emoções por e com pessoas que você nem conhece.
Gente que, na maioria das vezes, nem existe.
E nem são só pessoas. São criaturas, criações, coisas, palavras, situações: nada precisa ser de carne e osso. É a tinta no papel que, no momento em que você corre os olhos pelas folhas amareladas, sobe pra cabeça e passeia por sua mente, criando um novo sentido completo.
Um livro expande seus horizontes. Te mostra que a vida pode ser muitas outras em um mesmo dia.
Te permite viajar sem um único centavo no bolso e interpretar a vida através dos olhos de quem é totalmente diferente de você. Te dá argumentos, além de uma nova visão de planos e sonhos, da adrenalina da ação que você jamais pensou em fazer e também te entrega o sabor do romance que você ainda não experimentou.
São histórias que ensinam, que encantam, que nos preenchem com algo que talvez a vida real nunca possa nos dar. Também existem aquelas que nos inspiram: não precisam exatamente espelhar nossas vidas, mas seus significados mais profundos ficam.
Marcam e estimulam.
E não tem como não amar cada página, as construções dos personagens e cada uma das surpresas feitas especialmente para estarem ali, naquele pedacinho, e gerarem um outro sentido lá nas páginas seguintes. Tudo muito bem pensado e arquitetado para nos fazer mergulhar no enredo, nadando na riqueza de outra vida em um simples conglomerado de papéis.
E aquele que não lê, perde um mundo inteiro de uma vida nova, que nos faz ir além.
De fato, se eu tivesse que dar um conselho para aquele que não consegue passar das terceiras páginas, falaria apenas sobre o primeiro item essencial na leitura, que é a persistência. Essa é uma prática que você ainda não domina – mas, aos poucos, aprenderá a lidar com ela. Por isso, apenas continue. Acredite: ao final do primeiro livro, você simplesmente não parará mais.
Para cultivar o amor comum ao leitor, continue em frente e leia até o final.