A gente os joga para o céu e eles tornam a cair, deixando tudo ainda mais colorido.
Mesmo que a gente se suje, não tem problema, não. A brincadeira é justamente essa: pegá-los de volta do chão e jogá-los com alegria, o mais alto que pudermos, para vê-los voltarem bonitos por cima de nós. A cor ainda existirá e, mesmo que ela fique um pouco mas apagada depois de uma chuva forte, o que importa é que sempre haverá de ter graça.
Lembremos também que eles são frágeis.
Sim, pois são feitos de papel e isso não dá para esquecer. Se algum deles fica por baixo de um sapato desavisado, num instante, sem pensar, uma parte pode se rasgar e não há o que mude isso. É claro que existe cola, mas estamos falando de algo tão pequeno que não seria a mesma coisa – nem que fosse grudado novamente, você sabe.
Por isso que há vários, assim como inúmeras chances. Se um acaba se perdendo por conta de um vento forte, logo teremos outro e outro e mais um. Sem anular a importância dos primeiros, é claro, pois, uma vez que o número diminui, as coisas vão mudando e não são mais como eram lá no início.
Disso sabemos bem.
Tudo o que existe há de ser cuidado.
Por isso os conservamos. Continuamos a jogá-los para o alto, com o riso frouxo no rosto, e aproveitamos este nosso momento em união, mas tomando todos os cuidados necessários para que tudo não acabe levando consigo partes de nós que são pequenas, mas essenciais.
Porque é simples como o respirar – não há engenhosidade nenhuma por trás de algo tão bom e leve. Porém existe a responsabilidade de pegar, cuidar, preservar. Para que exista por muito e muito tempo. Para continuar nos dando o tanto de alegria que nos dá hoje.
E continua assim, bonito e colorido, sabendo que o mais incrível é que ele pode acontecer a todo momento: no frio do inverno, no florir de outubro ou até mesmo no vermelho e verde de dezembro.
O nosso amor é feito confete e nem precisa ser Carnaval pra gente se reunir e celebrar.