Ding, dong.
– Olá! Como vai? Gostaria da sua licença para conversar com o senhor por alguns momentinhos, posso?
Uma equipe, uma campainha, um trabalho de formiguinha de casa em casa para ver se está tudo bem. Trabalhoso, mas, perto dos resultados gerados, imensamente compensador.
Passando de lar em lar apenas para conversar. Eu disse apenas? Bom, na verdade, isso parece um ato muito simples mesmo, já que falamos o tempo todo: com familiares, amigos, colegas, conhecidos e até alguns desconhecidos. Mas, desta vez, seriam conversas que agregariam ainda mais. A ideia, aqui, é desconstruir.
Seria interessante. Passar de rua em rua, abrindo a mente até de quem nunca ousou sair da caixinha. Para ajudar, auxiliar e levar as pessoas a compreender o que nós já entendemos. Não que sejamos donos irrefutáveis de toda a razão, não tem nada a ver com isso, é algo sereno, simples, mas que, às vezes, custa a se fazer entender:
A mensagem seria apenas uma só: a do amor.
Porque as pessoas precisam ter sua autonomia para que sejam quem quiserem ser.
Porque as pessoas precisam ser respeitadas.
E porque pessoas precisam de pessoas.
Mas há algumas que precisam, primeiro, entender isso.
E então eu penso: quem sabe se nos falássemos? Pela internet, pode ser que venha a má interpretação. A pessoa para na terceira linha. Ela vê uma caixa alta e acha que é grito. Vê um avatar e julga pela aparência. Quer saber, deixa para lá. Desisto, nada de campainhas, mensagens nas ruas ou interpretações erradas. Não sou uma invasora de lares e mentes.
Mas, então, como faríamos isso? A ideia inicial foi tão genuína, não foi?
Eu quero tanto ajudar, mudar, fazer estes conceitos tão simples serem passados de palavras para a vida real…
Mas a verdade é que a gente fala para quem quer ouvir. Quem não está disposto pode se esconder por inúmeras armaduras de desculpas e continuar lá, insistindo no erro, cultivando velhos preconceitos, levando a vida sendo alguém que não ajuda, nem atrapalha – ou, mesmo que seja sem querer, atrapalha, sim. Atrapalha multidões e nem se dá conta.
Certo, vamos lá, acho que encontrei a solução: para passar a mensagem, a gente tem que persistir.
Sem tocar o interfone, mas apenas espalhando a corrente do bem por aí. Fazendo a nossa parte e disseminando coisas boas, plantando sementes, deixando legados.
E gente jamais desistirá. Continuaremos perambulando por aí, falando nas ruas e sabendo que eles ouvirão. Sabe de uma coisa? Eles terão que ouvir.