Quem gosta, mostra.
Não estou falando de um carro de mensagem com as portas abertas e o som alto chegando na porta de casa, para acordar toda a vizinhança enquanto saio na janela, surpresa.
Não tem nada a ver com gritos ou demonstrações a plenos pulmões, com músicas apaixonadas embaixo do meu parapeito, para me acordar num sobressalto e fazer o coração pulsar mais forte nas primeiras melodias.
Também não há necessidade de fotos com declarações enormes nas redes sociais. As palavras não precisam estar expostas para todo mundo ver e partilhar de momentos tão nossos, assim, como se isso fosse um ato natural e diário em nossas rotinas. Mensagens descompromissadas no meio do dia podem ser uma surpresa, mas não sou do tipo de pessoa que espera por verdadeiras bíblias do amor a cada piscar de olhos.
Porque, para mim, o amor real é aquele que vive naturalmente.
Estou falando de uma forma de demonstrar bem diferente de qualquer tipo de exibição ou experiência comum – que pode ser muito fofa e ter seu valor, sim, mas que, muitas vezes, não conversa em nada com aquilo que a gente sente por dentro.
Porque simbolizar amor com flores é bem fácil. Basta atravessar a rua da floricultura e gastar alguns trocados naquela que a vendedora sugerir. Mas comprovar um amor dito tão grande com simples atitudes que o validam completamente, ah, isso sim exibe tudo aquilo que a pessoa diz sentir.
De que vale ostentar um namoro perfeito quando a pessoa implica com suas atitudes o tempo todo? Para que serve um relacionamento com fotos incríveis quando os dois não falam a mesma língua? Por que há pessoas que se apresentam como almas gêmeas quando, no íntimo, não respeitam a individualidade daqueles que escolheram como par?
Não, isso não é amor. Todas estas atitudes, tão bonitas pra quem vê de fora, não são tão fortes quanto o sentimento que fica evidente no cotidiano.
Demonstrar amor é bem tranquilo. O primeiro passo é amar de verdade.
O resto se mostra sozinho.