O tempo parece passar muito devagar quando aquilo pelo qual esperamos não chega nunca. Dizem que ele virá, mas tudo o que sabemos é que vai dia, vem dia, o momento não acontece e o amor não aparece.
E você se vê por várias ocasiões pensando que, se ainda não o encontrou, é porque ele não existe. Que é uma tremenda mentira esse negócio de pessoa certa pra você, afinal de contas. Se aflige e se deixa levar por armadilhas de uma mídia que exalta a companhia o tempo inteiro, até que, finalmente, se dá conta de que o negócio é ser feliz sozinha.
E aí você para de acreditar nas besteirinhas ditas nos filmes e coloca de lado todas aquelas letras de música: aprende que não precisa se esforçar ao máximo para que qualquer relacionamento que bate à sua porta dê certo, porque tudo é bem mais complexo do que isso e não depende apenas da sua vontade (que é, inclusive, de transformar aquilo em algo além do especial, etéreo, para sempre).
Você saiu da caixinha de sua própria dimensão e alcançou o mundo com os olhos da realidade, aqueles que ninguém vende, mas que a experiência faz com que você os adquira sozinha.
E, finalmente, longe de todas as garras que te prendiam num pensamento cheio de armadilhas por trás de um cartão fofo do dia 12 de junho, você se vê vivendo uma vida que não é pautada por isso e que não tem a ânsia do grande amor como razão principal de todas as ações.
Perceba o valor que deu para este conceito e repense aquilo que já fez, todo o tempo que já perdeu. Afinal, o amor não é fácil, mas não precisa ser uma aventura desenfreada. Há muitas outras coisas que importam!
E aí, quando você vê que aprendeu, do nada… ele vem.
Você segue em frente com o coração em paz, nem desiludido, nem esperançoso, apenas leve e sensato, com a sabedoria que antes não existia, até que percebe que já se encantou, que agora ama, é correspondida e que tudo isso foi um processo natural: não precisou perder noites pensando se aquilo aconteceria, não teve que esperar uma resposta de ninguém, não precisou pautar todas as suas aventuras tendo como objeto central um coração preenchido com a imagem de um outro alguém.
Não teve que sofrer para, enfim, ser.