A pessoa que combina comigo não é daquele signo que as revistinhas apontam como compatível amorosamente com o meu. Sei lá, isso pode até ajudar, mas não vou ficar olhando o mapa astral de ninguém pra saber em quais linhas nossos gênios se cruzaram ou em quais aspectos a gente vai formar um bom par, baseando uma possível vida inteira pelo dia em que nascemos, sabe? Vai tão além…
A pessoa que combina comigo também não é aquela que personifica tudo o que gosto. Ei! Eu disse que “combina comigo”, mas isso não quer dizer que nossas contas do Spotify dão match, não. Se eu curto pop, rock, samba e adoro as séries policiais de TV, ela não precisa gostar disso também.
Pode ir por outros caminhos, explorar e amar coisas que nunca foram próximas a mim: eu não ligo. Se, neste requisito, ela apenas aceitar os meus gostos e entender que eu também a aceito, está tudo muito mais do que certo.
A pessoa que combina comigo também não precisa concordar com tudo o que falo, andar pelos mesmos lugares por onde ando ou ter a rotina igual a minha. Sabe, não quero nenhum gêmeo meu andando por aí, entende? Irmãos eu tenho vários, biológicos ou os que a vida me deu. Tudo certo, chega deste papinho furado.
A pessoa que combina comigo não precisa ser um híbrido vivendo em outro corpo. A verdade é que o tipo de pessoa que combina comigo é aquela que faz o meu coração detectar que há ali um ser humano real, especialmente depois que brota o sentimento – como qualquer mar que tem seus momentos de ondas furiosas e também de calmaria.
Longe de toda aquela magia que anula a realidade do dia a dia e que, mesmo assim, permanece enchendo o meu coração de amor.
Alguém que não dependa de mim para viver, assim como eu também não dependerei dele, mas que é companheiro o suficiente para estar ao meu lado em todos os momentos. Que saiba me dar prioridade nas horas certas, mas que não me trate como propriedade.
Que me respeite em todos os sentidos – e não só a mim, mas também a todas as outras pessoas em suas múltiplas diferenças, e também a tudo o que houver nesse mundo. Porque, afinal, haverão dias difíceis em que eu não serei a própria representação da princesa perfeita que os olhos apaixonados enxergam, e serão nestes que o conceito máximo de respeito haverá de brotar.
E, por último, mas não menos importante, que goste do meu jeito e não queira jamais tentar mudá-lo. Aliás, que também seja alguém que eu admire assim como é, sem que eu cultive nenhum tipo de falsa esperança de que mudarei algo naquele ser: haverá o mútuo entendimento de que os traços mais marcantes que compõe alguém são assim mesmo, imutáveis.
Uma pessoa que faz tudo isso parecer fácil e simples, assim como foi tranquilo escrever as linhas daqui de cima. E olha, isso é só o início, a porta de entrada, o requisito básico da pessoa que combina comigo: todas estas coisas se provam com um misto de intuição e outras experiências, que se vão mostrando para a gente aos pouquinhos, mesmo antes de vivermos uma convivência intensa.
Peço muito? Não, apenas o que mereço. Esta pequena porção de “pouco”, ah, como combina comigo! E quer saber? Vá por mim e não aceite menos: para dar certo, de verdade e com felicidade, a sua pessoa tem que combinar com você também.