Amo muitas coisas.
A minha família, meus amigos, meus livros… Mas, no sentido romântico da coisa, venho achando que nunca mais amarei alguém.
Não é como se eu nunca tivesse amado – o problema é justamente esse, porque já amei muitas vezes e, no final das contas, não deu tão certo assim. A gente vê vários relacionamentos começarem e terminarem, certo? Fico curiosa quando pessoas mais maduras – e que não passaram por um fim dramático – dizem que, apesar de tudo, valeu a pena o tempo junto ao ex.
Mas não consigo pensar desse jeito. Porque ainda vivo na ilusão do para sempre.
E o ponto é que nunca foi para sempre. Nenhuma vez, seja por minha causa, por culpa da outra pessoa ou por um motivo “x” ou “y”. Alguma razão cortou a corda com tesoura afiada, bem no meio da conversa apaixonada no telefone feito de Danoninho. E, por causa disso, tive que aprender a viver sozinha – depois de ter me acostumado com aquela companhia.
Passar por todo o processo, de novo e de novo, de conhecer e se envolver com uma família e depois cruzar com ela na rua como se fossem apenas conhecidos é cansativo. Fazer diversos planos… para jogá-los todos no lixo. Tirar muitas e muitas fotos que, agora, no futuro, estão perdidas dentro de uma pasta escondida no meu computador.
Cara, é muito doido.
E então, agora, só a simples menção de ter alguém me causa calafrios.
Quando crianças, nossas expectativas de viver um conto de fadas, digo, amorosamente, eram de praticamente 100%. Depois, a gente cresce e isso cai para uns 50%. Aí conhecemos alguém legal – e sobe de novo, 100%. A pessoa vai embora – ou a gente mesmo percebe que é melhor ir – e aí a porcentagem quase zera.
Sobe e desce várias vezes, até que a gente percebe que isso tudo é uma bobagem gigante. Melhor parar de pensar nessas coisas.
Depois de tantos começos e finais, será mesmo que estou disposta a passar por tudo de novo? Eu sei, somos novos, temos uma vida inteira pela frente, mas… Não sei se quero mergulhar neste mar mais uma vez, só para ver se vai estar gelado ou não.
Acho que meu coração se cansou de correr riscos.
Eu sempre fui do tipo que ama aventuras, mas, neste quesito, não ando querendo surpresas nem visitas.
Então vem o tempo, passando e passando e, quando me dou conta de que a situação parece mesmo permanente, me assusto. Embora pense que é o certo para mim, não estou totalmente tranquila com minha decisão. Eu realmente não sei.
Será que nunca mais vou amar alguém?