A gente tem a mania de perder tempo com aquilo que devíamos deixar pra lá, não é? Um dos exemplos mais comuns é quando tentamos, inutilmente, abrir os olhos de alguém. Não que sejamos o poço de todo o conhecimento do mundo, mas, às vezes, a gente realmente sabe do que está falando.
Ou, pelo menos, queremos mostrar o nosso ponto de vista para alguém pra pessoa poder levar isso em consideração.
Mas não é todo mundo que leva. Existem situações que parecem claras como água, nas quais dá para entender tudo o que está acontecendo… para a gente. Para a outra pessoa, só há um mesmo ângulo – e nada fora isso. Ela não consegue (ou não quer) ver além. Vai saber o que se passa dentro dela?
Quando alguém não quer olhar para os lados, não existem opções. A pessoa se fecha em suas delimitações imaginárias, submerge num único ponto de vista e, por não querer saber de nadar, só afunda.
E a gente tenta puxar, falar, avisar. Não conseguimos ficar vendo a situação de longe sem tentar arremessar um colete salva-vidas. Mas quem disse que a pessoa o quer? Ela deseja seguir firme com suas convicções, mesmo que isso esteja a puxando para baixo.
E aí, nessa hora, dá vontade de ficar quietinha, afastada, respeitando a decisão alheia. Mas como é difícil! Afinal, só queremos que aconteça o melhor e é inevitável não se preocupar com quem a gente ama.
Nós sabemos que não somos senhoras da razão, mas, poxa, existem outras perspectivas! E precisamos aprender a demonstrar isso sem brigar, teimar ou bater o pé dizendo que nós é que estamos do lado certo. Porque não é questão de certo ou errado.
Aqui, temos que dar espaço para o diálogo. Fazer surgir a dúvida – para que ela possa ter a curiosidade necessária de abraçar o todo.
Você só precisa mostrar para a pessoa que a verdade é ela quem achará sozinha. Fazê-la confiar no “além do que se vê” e, principalmente, se voltar para isso de forma saudável. E como amiga ou alguém que a quer bem, você apenas deseja que ela veja que há muito mais além da caixa escura. E, se for preciso, você a ajudará, sim, a abrir a tampa e olhar para cima.