você está lendo Eu só queria saber se era você
amor

Foto: Reprodução/Özde Karadag

O que me frustra é perceber que não tive chance de saber se era você, mesmo, o amor da minha vida.

Eu cheguei a imaginar que era, mas percebo agora que não tive tempo para amadurecer esse pensamento e concretizá-lo como algo realmente possível. O nosso prazo foi encerrado sem dó nem piedade e não pude voltar a essa antiga indagação.

A gente não conseguiu aproveitar um final de tarde, tomando café na cozinha da sua casa, abraçados e pensando em coisinhas aleatórias. Também não assistimos aos shows que curtiríamos tanto ver juntos, nem pegamos promoções de cinema em horários aleatórios de meio de semana – em que quase ninguém vai.

Quando dei o meu primeiro passo em direção a você, senti que você tinha congelado. Não veio rumo a mim. Eu fui e você ficou – mas, até aí, tudo bem.

Só que, quando eu menos esperava, você voltou para trás. Foi então que vi os meus primeiros planos, aqueles bem iniciais e ingênuos, se desfazerem como nuvens que se soltam das outras, tipo pedacinhos frágeis de algodão.

Percebi que não daria certo se só eu fosse ao seu alcance e, assim, também recuei. Deixei de lado a ideia de ter você algum dia, fingi para mim mesma que eu jamais havia pensado em continuar aquela caminhada e, só agora, depois de um certo tempo, consigo admitir que poderia ter dado certo, sim.

Mas de uma forma ou de outra não deu, né? E a possibilidade do que teria acontecido e não aconteceu – alguém aí viu La La Land? -, faz surgir dúvidas imensas na nossa cabeça. Sei lá porque chego a pensar que, talvez, se tivéssemos ficado juntos, teria sido incrível. Bom, às vezes nem seria tudo aquilo. Pode ser até que não combinássemos em nada!

Só que é isso, não há o que fazer. E quando não dá para voltar no tempo, nossa primeira reação é imaginar como seria se tivéssemos essa possibilidade. É inevitável pensar que você poderia ser o amor da minha vida – agora perdido. Só que, embora essas palavras pareçam duradouras e eternas, lá no fundo, por dentro – ufa! -, eu sei bem que tudo não passa de um pensamento de momento.