Sonhar é mesmo muito bom, mas você já experimentou pegar a fruta e fazer um suco com o que tem em mãos? Com a sua própria realidade?
Eu não vou te falar para sorrir pra todos os seus problemas e gritar ao universo o quão sortuda você é. Porque todos temos nossas adversidades e não sei sobre tudo o que você passa ou já passou. Pode ser pior do que eu imagino que seja – e também pode ser muito diferente da minha realidade. Aí é fácil, você vai dizer…
Mas eu posso, sim, te guiar para o lugar em que você tentará colocar as coisas ruins um pouquinho de lado, ressaltando as que são bonitas.
Você não sabe o tanto que as miudezas podem te fazer bem. E, para saber, comece valorizando cada uma delas.
A gente sempre se nivela pelo “melhor”: não temos tal coisa que aquela pessoa tem, portanto não temos nada. Não somos da tal forma “perfeita” que aquele sujeito é, por isso, não somos nada. E o tanto que aquele alguém já fez com tão pouca idade? E a gente aqui, sem feitos grandiosos para contar aos amigos…
Você não para pra pensar que há diferenciais na sua vida que a fazem valer a pena. Sempre há aquele momento do dia em que você se sente em paz, mesmo que seja deitada na sua cama, com suas próprias coisinhas. Você também deve ter pelo menos uma pessoa especial na vida, por quem você nutre um sentimento único e grande. Já parou para pensar na sorte que é tê-la junto a você? Além disso, este ser humano que você vê no espelho com certeza tem um monte de qualidades legais. Eu sei que sim.
Daria para fazer uma lista cheia de pequenas e grandes razões e colocá-las penduradas na primeira parede para a qual você olha ao acordar: ali estariam descritos momentos alegre do seu dia, um hobby que você pode fazer, uma memória muito feliz guardada por aí…
E é desta forma que a gente para de se frustrar por não saber se nossos planos futuros vão se concretizar – e então focamos neste presente que, afinal, nos faz vivas e gratas.
“Manter os pés no chão” não precisar ser uma expressão que signifique voltar à sua própria realidade e engoli-la de uma forma realista e ligeiramente pessimista, ainda mais quando pensamos que não teremos um futuro melhor. Tirar os sapatos e sentir o solo, aqui, pode ser um incentivo para você criar raízes e vínculos inspiradores com todas aquelas pequenas partes do seu dia que te darão energia para estar sempre disposta a dar o próximo passo.