Será que estamos realmente envolvidas com o mundo em que vivemos?
A gente pode até saber dos assuntos que estão rolando por aí. Acompanhar um link ou outro no Facebook, prestar atenção nos assuntos mais comentados do Twitter, pegar o restinho de uma notícia do jornal da TV ou conversar com nossas amigas. Mas será que é o suficiente?
Eu não sei. Aliás, não quero ser injusta: também não sei se funciona no seu caso. Talvez você esteja bem mais envolvida com várias questões pertinentes ao planeta e ao nosso país de uma forma que eu não estou. Pode ser que esse texto não bata forte por aí – mas tenho certeza de que muitas pessoas se encontram exatamente na mesma situação na qual me vi no início destas linhas. É com elas que converso hoje.
Não estou falando sobre arregaçar as mangas e ir lutar por alguma causa. É claro que isso é (muito!) importante, mas este é um passo a ser dado mais para frente. Eu ainda estou lá atrás, naquele tipo de envolvimento com o mundo que não é impulsionado por um “vai e faz” e que termina numa única ação, tipo sair acompanhando um protesto e depois voltar para casa. Não é como uma prova daquela matéria chata, que a gente estuda, faz, depois volta, esquece e liga a Netflix. É para ser maior do que isso.
É pra gente acompanhar e crescer com as ideias que fazem sentido para nós, além de agregar no mundo de uma forma mais permanente, e não com algo que venha como uma onda e logo vá embora – mas que dure e nos possibilite botar para jogo a nossa vontade de ajudar.
Porque tem muito a ver com isso, sabe? Ajudar. Ajudar pessoas, animais e o ambiente em que vivemos, mas, além disso, se preocupar com as situações em que podemos adicionar algo.
A nossa geração é muito especial e, se ela estiver unida e com vontade de ver um mundo bonito, livre e justo, nós conseguiremos ver a mágica da mudança se espalhar. São tantos problemas por aí que a gente não pode simplesmente se importar apenas com nossas vidas pessoais – imagine se todos fizessem isso?
Se me perguntassem, antes dessa reflexão, se eu queria ajudar o mundo, é óbvio que responderia que sim. Mas antes de pensar em tudo isso, eu simplesmente não saberia o que fazer – e de certo qualquer situação da minha vida me distrairia e eu acabaria esquecendo o que disse. Agora, percebo que posso fazer alguma coisa de verdade. Se isso não acabar numa única conversa e for encarado como um compromisso meu, já será uma grande vitória.
Posso começar dando a verdadeira importância para a minha participação – como alguém que de fato quer fazer a diferença. A luz da minha consciência, quando acesa, já ilumina uma pequena parte do escuro.
Daí em diante é só seguir nas tentativas – das menores às realmente grandes (imagine só, que orgulho!) de ver as coisas melhorando. Não apenas nas nossas vidas – mas também em todas as vidas espalhadas por aí que precisam muito da nossa empatia. Não estamos à toa no mundo. Vamos participar?