você está lendo Lembrei do que eu achava que era o amor
amor

Foto: Reprodução/Christina Kovac

Nem sempre fui assim.

Eu era, aliás, muito diferente dessa pessoa que você conhece hoje. Agora, você sabe, costumo levar as coisas com uma leveza maior e sigo aquele lema de que se não deu, não deu. Não esquento com as possibilidades que não se concretizam, as promessas que se tornam falsas, as juras que não dão em nada ou os amores errados que aparecem no meu caminho. Passo por eles dando de ombros. Para mim? Completamente normal: vida que segue.

Mas nem sempre foi assim. Já teve um tempo em que essas questões importavam muito e tiravam o meu sono. Certo, talvez eu tenha o signo de Câncer em alguma casa do meu mapa astral, é verdade, mas… o fato era que o rímel borrado era uma constante em minha vida. Mesmo que ele fosse à prova d’água.

Eu colocava muitas energias em cima do amor. Essa era uma questão que me apetecia antes de todas as outras: um setor da minha vida a ser resolvido urgentemente, como se toda a água do meu copinho de canudo colorido dependesse daquilo para continuar me sustentando. Que besteira…

Tudo mudou, de fato, quando eu percebi que a gente não vive só de um amor. Nem de dois. Talvez nem de cinco. Sei lá! Acontece que todas aquelas histórias de filmes, em que a mocinha se apaixona e pronto acabou, aquela é a pessoa, não trazem nenhuma verdade.

A gente ainda vai colocar os nossos olhos em muitas histórias que darão em nada até, um dia, achar aquele par de meias que nunca mais vai escorregar dos nossos pés.

E, bem, por mais que essa última frase tenha sido cheia de esperança, eu também não tenho certeza de que isso acontecerá comigo. Mas assim como eu disse antes, também não vou me importar ou ficar esperando o futuro acontecer. Afinal, o amor se trata disso, entende? A gente só vai vivendo, tranquilamente e sem grandes anseios. Depois de um tempo, quem sabe, ele aparece e se se faz real, sendo tudo o que sempre quisemos, mesmo que gente já nem idealize mais nada.