Se me dissessem, no ano passado, que eu estaria escrevendo este post agora, depois de ter vivido tanta coisa legal em um país do mar do Caribe, eu não acreditaria! Mas é real: o Depois dos Quinze foi convidado pela Jamaica Touristic Board para passar alguns dias na Jamaica conhecendo o Carnaval de lá e outros pontos turísticos bem legais. E nessa missão fui eu, Auana, em minha primeira viagem internacional sozinha, com um frio na barriga enorme e uma vontade muito grande de viver tudo aquilo! Foram dias incríveis que me fizeram conhecer um povo caloroso e simpático, uma comida deliciosa, uma festa tão maravilhosa quanto as que fazemos por aqui, além de paisagens de tirar o fôlego, histórias de impressionar e cultura por todos os lados. Sim, a Jamaica me conquistou e virou um destino inesquecível aqui no caderninho de viagens do Depois dos Quinze. Vem viajar junto comigo!
A viagem já começou com a visita a uma construção luxuosa, com direito a um tour pelo passado e, no fim, muito sorvete! Tem coisa melhor? :P Na cidade de Kingston, onde fica o aeroporto pelo qual cheguei, está a Devon House, uma mansão construída em 1881. O lugar era a residência do primeiro milionário negro jamaicano, George Stiebel, e tem uma arquitetura europeia lindíssima, além de um jardim cheio de flores, onde encontramos até um grupo de jamaicanas fazendo fotos “Pré-Wedding”, sabe? Com certeza é um dos lugares mais procurados para fotos legais na cidade – e eu, como amo pouco fotografia, entendo o motivo! :P Hoje, ele funciona como um museu e conserva diversos ambientes e obras daquele tempo: é super legal poder explorar cada pedacinho do casarão. Depois, logo atrás dele, fica uma sorveteria super movimentada, frequentadas por amigas que vão até lá depois da escola, famílias e outros amantes de sorvetes. Os jamaicanos consideram que o local tem o melhor sorvete do país e eu realmente amei! A casquinha é na verdade cascão e o sabor é incrível!
Eu confesso que não sabia o que esperar da culinária jamaicana: nunca tinha lido nem ouvido nada a respeito, por isso a surpresa já estava garantida. E, olha, ela foi mega positiva! Almoçamos no Miss T’s e os pratos me lembraram muito a comida mineira: feijão, arroz e um filé de peixe muito bem feito – tudo gostoso e com sabor de comida caseira. Já no RedBones, o destaque foi para a sobremesa: um bolo de chocolate totalmente recheado de deixar qualquer pessoa querendo mais! Tudo isso sem contar no charme do lugar, que toca jazz o tempo inteiro e é todo decoradinho de um jeito fofo.
“O nosso hotel é este? UAU!” Foi essa a minha reação ao chegarmos ao Jewels, hotel onde ficamos na cidade de Ocho Rios. O lugar é um resort perfeito e o meu quarto era simplesmente enorme, com uma suite, um hall e uma sala com sofás e mesa de jantar, duas varandas e mais um banheiro anexo. A vista dava direto para o mar, um visual de tirar o fôlego, e a área externa também contava com uma piscina imensa e vários lugares para passear! Me senti dentro de um cenário de filme e confesso que era tanta área livre que ficava me imaginando se eu poderia ir até aqueles lugares mesmo. Haha. Tolinha! :P Está vendo a ponte que aparece na terceira foto desta galeria? Ela dá direto para a água do mar e fiquei um tempão ali, sozinha, curtindo as ondas e o visual…
No segundo dia, logo de manhã partimos para o parque Dunn’s Rivers em Ocho Rios, lugar que ficava bem pertinho do nosso hotel. O trajeto é todo lindo e cheio de paisagens bonitas, mas quando você chega até a cachoeira… que coisa de outro mundo! Ela é enorme e cheia de quedas, e, mesmo assim, dá para subir e sentar no meio dela sem problemas ou medo de escorregar. Depois, o seu curso segue em frente com mini-piscinas naturais de água deliciosa – não tão gelada quanto eu imaginava! – e que deságuam no mar. Aí a gente pensa que nem rola ver o mar, porque deve ser longe, né? Nada! Indo pelo caminho da própria cachoeira (você pode fazer o percurso na água com grupos específicos ou sozinha, se preferir!) ou descendo as escadas do parque, você chega até uma praia tranquila com o mar a perder de vista. Sabe aquele papo de “preferir praia ou cachoeira”? Então! Quando me perguntarem isso novamente, vou responder “Prefiro o Dunn’s River”! Haha. Dois em um! <3
Nós moramos em um país lindo por natureza – já dizia a música. Por isso, para ficarmos impressionados precisamos ver algo bonito de verdade, né? E, olha, este próximo passeio conseguiu! Não tinha como não pensar no tanto que a natureza é linda e perfeita lá ono Blue Hole, um recorte encantador em meio às montanhas cheio de lagos e cachoeiras entre algumas cavernas. O passeio é um tipo de trilha bastante infiltrada na mata e, em alguns momentos, você passa pela água com a adrenalina a mil! Até rola um medinho de cair, mas é só tomar cuidado, ainda mais porque eles têm um tipo de sapatilha especial antiderrapante, que você pode comprar ou alugar por lá e que te dá a estabilidade necessária. Além disso, os guias estão sempre a postos para te ajudar e você consegue chegar ao seu destino final logo: um paraíso das águas onde é possível saltar, se pendurar num balanço de corda e nadar livremente!
Com as energias devidamente recarregadas, é hora de cair na folia! Um dos nossos dias foi inteirinho reservado especialmente para conhecermos o Carnaval jamaicano! Chegamos na rua marcada em Kingston de manhã, já com as pulseirinhas de identificação para o evento, e entramos no cordão de isolamento que dividia os foliões do pessoal que passa pela rua para ver a festa. É tudo muito bem organizado. Ali, você percorre um trajeto de alguns quilômetros junto a blocos de jamaicanos super simpáticos e alegres, todo mundo dançando o tempo inteiro e interagindo entre si.
Se fosse para comparar com o nosso Carnaval aqui do Brasil, podemos dizer que a inspiração é clara, mas a festa jamaicana é como uma junção do nosso Carnaval de rua com os trios elétricos da Bahia e as fantasias do sambódromo! Haha. Uma super mistura mesmo, sabe? E o resultado disso é uma folia que não deixa ninguém parado, nem por um segundo!
Criada para preservar e expor as obras de arte do país, a Galeria Nacional de Arte é um espaço imenso e vale demais a visita. Só para vocês terem uma ideia, eu calculei vinte minutos para ficar lá e, quando me dei conta, ainda não havia chegado ao fim e já tinham se passado 45 minutos assim, voando! O lugar mostra o desenvolvimento da arte do país desde curiosos artefatos de séculos passados chegando a instalações modernas que misturam vídeos, fotografias, relatos e peças em que interatividade é o fator primordial, como óculos com os quais você assiste cenas diferentes e até mesmo uma barraca com fones de ouvido. Foi lá que me deparei com uma sala inteira dedicada a cabelos, com placas que continham histórias de mulheres jamaicanas e seus cabelos, falando sobre preconceito, aceitação, conhecimento da sua própria beleza e muito mais. Tudo é muito inspirador e reflexivo, por isso dá para passar um tempão só apreciando! Você sai com os olhos cheios e uma bagagem enorme… Quer souvenir melhor do que esse?
Port Royal era um importante centro de comércio e navegação jamaicano, até que um terremoto em 1692 destruiu a cidade quase por completo, fazendo a maior parte dela afundar no mar. Dá para imaginar? Assim que a guia me contou isso, fiquei doida com a ideia de que estava pisando em um chão que fora atingido tantas vezes por um fenômeno dessa magnitude, além de um tsunami que já deixou tudo aquilo embaixo do mar! Antigamente, ali funcionava um dos lugares mais famosos do mundo para a reunião dos piratas caribenhos: eles se juntavam e gastavam seus tesouros lá mesmo. Depois do grande terremoto, Kingston reergueu Port Royal, mas outros abalos sísmicos atingiram o local sucessivamente, devastando muito da cidade e deixando tudo, hoje, somente para visitação a turistas. Viu a casinha meio afundada ali? É a Giddy House, uma antiga taberna que ficou desse jeito por conta de um dos sismos e é conservada assim até hoje! Lá dentro você faz um teste de equilíbrio: segue reto até um ponto fixo na parede e depois é desafiada a voltar para onde veio, mas sem este ponto de referência. Resultado? Impossível não cair! :P
A verdade é que o reggae não costuma aparecer nas minhas playlists e nos ritmos que escuto mais frequentemente, mas por toda a estadia na Jamaica foi o que eu mais ouvi – e gostei: é um tipo de som com uma trajetória surpreendente! Ele foi criado na Jamaica no final de 1960 e sua história, muitas vezes, se confunde a do próprio Bob Marley, ícone do estilo musical. E se a gente for falar do Bob, poderíamos ficar uma noite inteira escrevendo por aqui… Na antiga residência do cantor e sede de sua gravadora em Kingston está localizado o museu que conta tudo sobre sua vida. Até quem não é fã, vira! É impossível passar pelos discos de ouro, prêmios Grammy, manchetes de jornal e toda a sua história com relação ao movimento rastafári, bem como as suas ideias de paz e igualdade social, sem notar a verdadeira lenda que ele foi. Além disso, é uma sensação inigualável passar pelo seu quarto com móveis intactos e até mesmo pelo local em que, uma vez, o próprio levou um tiro numa tentativa de homicídio em 1976 – o buraco ainda está na parede! Tudo isso você faz acompanhada por um guia que, além de contar tudo, ainda canta e puxa alguns refrões de vez em quando. “Cause every little thing… is gonna be alright!”.
Outro museu bacana de visitar é o de Peter Tosh, que também é outro pioneiro do reggae e lutou muito pelos direitos humanos. Você consegue ver roupas e itens pessoais, como a sua guitarra, além de prêmios e muito de sua vida. Este é menor, mas também muito interessante e inspirador. É incrível ver pessoas que, além de viver de sua arte, fizeram a diferença nesse mundo e propagaram boas mensagens por aqui.
Deste passeio em particular não há fotos, porque ele é feito de noite e o celular simplesmente não conseguia registrar tudo no maior breu! Mas a experiência é sem igual: você entra num barco que vai até um ponto específico da água em Falmouth. Então você entra na água e vê a surpresa: ao mexer os braços, as pernas ou fazer qualquer outra perturbação na água, ela fica brilhante! Sim, parece que tem uma luz ali embaixo, mas não tem! Isso acontece por conta dos organismos microscópicos presentes na água – o fenômeno só ocorre em três lugares do mundo! É maravilhoso. Veja uma foto aqui!
E o nosso último passeio foi nas alturas. Subindo de carro em uma estrada que vai escalando as montanhas pouco a pouco e, depois, por um percurso numa trilha em que você vai apreciando as plantações de café, está a cordilheira mais longa da Jamaica, as Blue Mountains. O cume nos possibilita ter uma visão ampla das costas sul e norte da ilha e, segundo dizem, em dias claros rola ver até Cuba dali. O clima é mais gelado, mas ainda sim muito agradável, e é lá que mora uma das maiores borboletas do mundo!
Ufa! Voltar para casa não foi nada fácil depois de dias tão especiais. A Jamaica com certeza garantiu um lugar no meu coração e toda vez que eu ouvir falar do país terei histórias para contar e várias dicas para passar. Quero muito voltar para lá!
Muito obrigada Jamaica Tourist Board e Finn Partners por toda a recepção maravilhosa e roteiro incrível! E valeu muito Travel Ace Seguros: eles me deixaram tranquila para curtir tudo por lá com a certeza que estaria tudo bem caso qualquer imprevisto acontecesse. Super recomendamos! :)
E aí, curtiu acompanhar essa viagem com a gente? Se surpreendeu com a Jamaica? Conta aqui nos comentários!