Ele disse: “Um dia a gente ainda vai se encontrar… Lá na frente.”
E então eles seguiram por caminhos distintos. Ele foi para lá, ela para cá. Nenhuma destas rotas incluía pontos em comum e eles sabiam que seria desse jeito – irremediavelmente.
As festas que ela frequentava nunca eram as mesmas que ele curtia com seus amigos. Estes, aliás, também não combinavam mais. Talvez até tivessem um ou outro adicionado no Facebook, mas não se encontravam pessoalmente há eras.
Os estudos dele não tinham a ver com os dela. Ele estava nas Humanas, ela lá para as bandas das Exatas. Não havia convenção, congresso, curso extracurricular, palestra ou viagem que fosse igual. Era até um pouco estranho, ela agora parava para notar, como os opostos se atraíam tanto…
Porque, na verdade, um dia eles se encontraram – mesmo com rotinas e jeitos tão diferentes, não? Isso, de certa forma, a fazia pensar que trombariam de novo, sim.
E então as coisas seriam diferentes. Não havia nenhum ímã que pudesse ligá-los agora e ela sabia que por algum tempo tudo continuaria desta forma. O elo restante seria um fiozinho minúsculo e quase invisível, que passava de um coração para o outro e ficaria como um fio suspenso, que podia ser puxado para lá e para cá e esticado por distâncias intercontinentais, mas que permaneceria vivo.
E, quando finalmente eles se encontrassem mais uma vez, depois de muito tempo, de algum amadurecimento e de acontecimentos importantes, saberiam que a previsão que ele fez naquele adeus se confirmou apenas por conta do sentimento comum, que resistiu. Só isso.