Você não precisa já ter lido algo sobre literatura espiritual antes de pegar neste livro. Ele ficou popular justamente porque apresentou o gênero a quem nunca tinha se aproximado do assunto antes – como eu! – e, por ter uma linguagem leve, que responde a grandes perguntas, acabei refletindo muito sobre a minha vida. De verdade, “O Poder do Agora” me parecia um bestseller clichê, mas me surpreendeu muito e me ensinou coisas que realmente marcaram por aqui. Neste post, listo três que me fizeram escrever frases em meu caderninho de bolsa e me incentivam, dia após dia, a ser mais feliz no momento presente.
Essa frase pode parecer estranha para você do mesmo jeito que foi para mim, porque assim que li a respeito disso no livro, pensei “ué, mas eu que escolho em que vou pensar, eu que controlo os meus pensamentos!“. E que engano, viu? Na verdade, a nossa cabeça acaba funcionando meio que no automático: vai indo por rumos que a gente quase não controla (dependendo do estímulo externo). Por isso que é tão difícil parar de pensar completamente em determinado assunto.
Vejo pessoas falando que, quando tentam meditar, conseguem ficar “pensando no nada” e abstrair qualquer pensamento específico, mas, para mim, isso sempre foi muito difícil – porque quanto mais eu mentalizava que “não deveria pensar”, mais eu pensava. Haha! Confuso, porém real. O livro nos leva a um caminho que nos liberta da nossa mente e nos dissocia dela. Não dá para explicar todo o esquema aqui, até porque também não é como uma receita de bolo. Mas a ideia é, basicamente, que usemos os nossos pensamentos com objetivos práticos – e não nos joguemos em um diálogo interno involuntário, que acaba despertando medos, receios e uma cadeia imensa de outros pequeninos pensamentos que não precisariam surgir.
Alguma coisa acontece. Como você lida com ela? Vez ou outra, “quase sem pensar” (porém o fazendo e deixando os pensamentos involuntários tomarem conta, como falei anteriormente), nossa cabeça cria uma situação inteira de insatisfação e hipóteses ruins. Essa energia negativa contamina, vai se alimentando sozinha e cresce desenfreadamente.
Somos responsáveis pelo nosso espaço interior e temos que cuidar dele como se fosse uma casa – em que a gente desempenha funções e faz limpezas também. A ideia é não deixar essa energia negativa se aproximar ao perceber que nós temos, sim, o poder de escolher o que vamos sentir. Essa frase explica um pouco melhor: “Se você tivesse uma escolha, ou percebesse que, de fato, tem uma escolha, escolheria o sofrimento ou a alegria, o conforto ou o desconforto, a paz ou o conflito? Escolheria um pensamento ou um sentimento que separasse você de seu estado natural de bem-estar e da alegria da vida interior?”
“Para o amor florescer, a luz da nossa presença tem de ser forte o bastante, de modo a impedir que o pensador ou o sofrimento do corpo nos domine”. Transformar um relacionamento viciado em um verdadeiro é um tópico do livro que me chamou bastante a atenção e me mostrou que, para mudarmos um relacionamento, devemos aceitar o outro do jeito que é – sem julgá-lo ou tentar modificá-lo, algo que nos leva muito além do nosso ego e também quebra a nossa dependência do outro. Isso não quer dizer que temos que aceitar o que nos faz mal, até porque, se nos faz mal, temos que filtrar isso da nossa vida. Estou falando de conflitos com quem a gente ama por conta de embates muito mais profundos do que opiniões diferentes ou algo assim, e também de olhar para dentro da pessoa como o ser que ela verdadeiramente é – não só o pensador raso criado por todo o seu barulho mental.
Ahhh, esse livro é incrível de verdade! :) É esquisito escrever algo como “encontrar a paz e a alegria dentro de nós mesmos”, porque hoje uma frase do tipo se tornou clichê e nem paramos para vivenciar seu verdadeiro significado – mas estas simples palavras carregam muito aprendizado e, com “O Poder do Agora”, consegui entender isso de um jeito mais claro. Recomendo a leitura e espero que tenha mostrado para vocês um pouquinho do que há nestas 220 páginas!