Escolhas nunca são fáceis. Decidir o curso da faculdade, optar por um entre dois passeios, ter de cortar um hábito da sua vida para dar atenção a outro… A gente sabe que, no exato momento em que clicamos no botão azul, pronto, não há mais a opção de escolher entre ele e o amarelo, porque aquele momento já passou – você se decidiu e a possibilidade ficou para trás. As escolhas envolvem não um só período, mas toda uma história que existe por trás delas.
Aqui eu divido com vocês coisas que nunca mais saíram da minha cabeça quando entendi alguns pontos a respeito de possibilidades e decisões.
Não dá para sair por aí tomando decisões como se nenhuma delas fosse afetar o nosso futuro. E isso em maior ou menor escala, porque até se você decidir coisas banais sem refletir antes, como tomar rapidinho três potes de sorvete, sabe que encarará um mal-estar daqueles pela frente. Só que, se esse período de análise de possibilidades se arrastar muito, ficamos presos. E este é o pior dos momentos, quando não seguimos nem voltamos para trás: só nos congelamos no tempo e ficamos vendo a vida passar. Estabelecer uma data limite para si mesma, então, pode ser vantajoso aqui.
A questão é saber que o efeito virá, irremediavelmente. Aquele frio na barriga de “pronto, agora já decidi e está feito” sempre existe e você sabe bem disso. Porém, o sentimento de “não decidi pelo que parecia certo e fiquei por aqui” também é complicado de lidar, ou seja, indo ou ficando, você sabe que por uma das situações você irá passar e é por isso que precisa analisar, junto com sua grande questão, em qual dos lados deste linha tênue você se posicionará.
Isso vai muito de acordo com quem você é, sua essência, sua personalidade e suas vivências anteriores. Coisas pelas quais já passou e não quer provar novamente, seu ímpeto de recomeçar do zero depois de uma decisão tomada ou seu jeito de ser – de quem simplesmente consegue passar de boas e mudar o foco. Como você leva as coisas? Você passaria por cima do sentimento complicado que bate na tecla do que você poderia ter feito ou compra os riscos e se joga sem medo sabendo que fez o necessário? Olhe-se no espelho e as respostas virão.
Embora não pareça, não se engane: todas as escolhas vem com uma espécie de boleto anexado e isso é um fato. É difícil encontrar deliberações que sejam vantajosas antes, depois e durante – nunca passei por isso, mas acredito que até decidir entre ir para a Disney ou para a Patagônia envolve deixar algo para trás, e isso não é totalmente reconfortante. Enquanto espectadora eu diria: que decisão, hein? Para mim qualquer uma dessas estava mais do que maravilhosa! Mas, na pele de quem está decidindo, as opções sempre trarão os ônus e bônus daquilo que se ganhou e daquilo que se perdeu.
Ou seja, se a gente pensar nisso, fica até um pouco mais fácil. Se vamos acabar perdendo opções de qualquer forma, a situação se resume em definir prioridades e ter certeza de que uma partezinha de nós ficará para trás, sim, e isso é fato.
A gente respira fundo e lembra: tudo passa. Tudo, tudo e tudo. É difícil no momento em que a gente decide, mas, se decretamos a sentença que julgamos naquela ocasião, é isso e pronto. Aos poucos, os efeitos vão sendo minimizados, o que abandonamos sai de nossas vidas e, assim, vamos dando lugar a novas etapas.
Não acredito que toda escolha, separadamente, te defina, porque nem sempre acertamos. Mas é o conjunto delas que te trará a confiança e a maturidade necessárias para encarar outras decisões de forma cada vez mais assertiva. O processo é cíclico e, talvez, você poderá passar de novo por todos os tópicos abordados neste post. Mas é assim com todo mundo, certo? Eu sei que é com você também.