De onde vem a tristeza que embrulha o estômago da gente e guarda pra depois toda e qualquer vontade de viver o agora? De onde vem o medo de se perder entre quem você era e quem você quer ser quando tudo isso passar? Tanta coisa mudou desde a última vez que estive aqui. Antes eu simplesmente colocava pra fora tudo o que sentia com textos e um monte de histórias inventadas. Agora eu me concentro em conseguir dar conta de todas as coisas que acontecem ao longo do dia. É como se o tempo tivesse me mostrado, de um jeito bom e ao mesmo tempo assustador, um novo jeito de existir no mundo. O reflexo no espelho diz que sou a mesma pessoa, mas tudo parece tão diferente que às vezes eu acordo no meio da noite sem saber direito para onde voltar se tudo der errado. Esse é o problema de querer conquistar o mundo. Depois de um tempo, seu lugar seguro não é mais o mesmo de antes. Não é nem um lugar. É você. Seus próprios pensamentos e as coisas em que continua acreditando. Meu esconderijo favorito eram as palavras, então eu achei que seria uma boa ideia aparecer e dizer “oi”. Disseram que eu mudei – de endereço, de país e de cabelo. Disseram que eu estava arriscando tudo o que eu construí, mas o que construí foi exatamente para poder escolher estar aqui. Não quer mais ser a primeira, ser a melhor ou a maior. Felicidade não é um número. É um sentimento. Quero continuar vendo graça nas coisas mais bestas. Eu não me importo se o mundo me achar uma chata, mas espero ainda continuar achando o mundo o lugar mais legal de todos.