Foi na Bienal do Rio de 2015 que conheci a Ana Beatriz Brandão. Era época de lançamento de livro novo e ela também estava lá – ainda com 15 anos. Fez as contas? Pois é: hoje, aos 18, já publicou quatro livros – incrível! Suas obras têm feito um super sucesso e conquistado cada vez mais leitores – todo mundo que lê diz que a Ana sabe arrebatar até o mais frio dos corações. Sabendo disso (e cheia de expectativas), comecei a ler “O Garoto do Cachecol Vermelho”, que já está na sua quinta (!) edição.
Sinopse: Uma história comovente, recheada de drama, suspense e romance. Melissa é uma garota linda, rica e mimada, que sempre consegue o que quer e tem todos na palma da mão. Ela acredita que a carreira de bailarina é a única coisa que realmente importa, porém suas certezas são abaladas quando faz uma aposta com um garoto misterioso, que parece ter como objetivo virar sua vida de cabeça para baixo. De repente, Melissa se vê dividida entre dois caminhos: realizar seu maior sonho, pelo qual batalhou a vida inteira, ou viver um grande amor. Mas, não importa aonde ela vá, todas as direções apontam para o garoto do cachecol vermelho… Com esta história intensa e apaixonante, Ana Beatriz Brandão vai emocionar e surpreender o leitor, provando que é uma jovem autora que tem muito a dizer.
A Ana escreve com muitos detalhes e coloca bastante maturidade em suas linhas. Cada parágrafo se desenrola facilmente após o outro e faz uma ponte perfeita para o próximo capítulo. É um daqueles livros que te deixam ansiosa para ler mais e mais. Amo muito quando isso acontece!
E prepare-se para deixar alguns lencinhos ao lado da mesa de cabeceira, viu? Ao virar as páginas, percebemos logo de cara que o personagem principal da história, Daniel, é alguém que nos envolve por completo. Por outro lado, antes disso, conhecemos Melissa, uma garota cheia de preconceitos e questões, e nossas impressões a respeito dela não são tão boas. No final das contas, tudo tem a sua razão: Ana Beatriz constrói degrau por degrau um amadurecimento muito real e palpável.
É por isso que “O Garoto do Cachecol Vermelho” surpreende ainda mais: embora seja um romance lindo, ainda traz outros temas para o centro da roda, conseguindo tratar de assuntos densos com leveza.
“Quando tocou a primeira tecla, foi como se toda a sua tristeza e dor fossem transmitidas para nós, como uma onda que traz algo do mar para a praia. Ele manteve a cabeça baixa, cantando e tocando tão recolhido em si mesmo, mas ainda assim com tanta vontade, que eu tinha certeza de que, mesmo se não pudéssemos ouvir sua voz, saberíamos exatamente o que ele queria dizer”.
Depois da leitura, doida por uma continuação, fiquei bem feliz ao ler “A Garota das Sapatilhas Brancas”, outro livro da Ana! Na verdade, esta não é uma continuação da história de fato, mas um spin-off que nos mostra, através das lembranças dos personagens do primeiro livro, a forma como decisões podem afetar o nosso destino. Toda história tem dois lados, né? E com essa não poderia ser diferente!
Ah, não tem como não falar do design dos livros da Ana. Publicados pela Editora Verus, eles são super lindinhos e o projeto gráfico foi bem pensado. Os dois têm o mesmo padrão de fontes e lettering no título e possuem detalhes em azul e vermelho. Deixam a prateleira mais bonita! <3
Outros detalhes legais: a autora vai doar parte dos direitos autorais dos dois livros para as instituições ABrELA e ARELA-RS, que auxiliam familiares e pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica – uma doença degenerativa que paralisa as pessoas completamente, mas a mente delas se mantém intacta. É um gesto bem bacana – e se você quiser conhecer mais de perto o trabalho destas instituições, é só entrar nos sites linkados aqui em cima.
Quer uma dica? Siga a Ana para acompanhar as novidades – ela me contou que tem livro novo vindo por aí!