você está lendo Não se esqueça de quem você era em 2009

Foto: Flickr/Digital Ash

Está rolando nas redes sociais a hashtag #10yearschallenge, ou #desafiodos10anos. A ideia, caso você não saiba do que se trata, é comparar a sua pessoa de dez anos atrás (lá em 2009) com quem você se tornou agora, em 2019. A ideia é divertida e nos faz reparar o quanto evoluímos, tanto por dentro quanto por fora. Só que, ao refletir mais a fundo sobre o desafio, percebo que entramos novamente na neura da comparação e o que seria algo inofensivo a princípio nos coloca em uma situação de total desconforto.

Ao comparar o que estava fazendo em 2009, talvez você seja um pouquinho injusta com o seu eu do passado ao somente oferecer méritos a quem você é agora. O que eu quero dizer com isso?

Em 2009, o mundo girava em outro ritmo, você tinha outros sonhos, passava por dificuldades diferentes e o seu conceito de alegria/felicidade/satisfação era outro. E tudo bem, é claro. Pense comigo: não existe um eu melhor ou pior, mas sim alguém que consegue compreender a sua atual situação e se admirar com ela. Vê-la com alegria.

O desafio é legal, vai. É engraçado e interessante. Só cuide para não se comparar de uma maneira excessiva – olha que doideira – consigo mesma (ou com a super mudança inacreditável de outras @s, é claro)! A comparação pode ser inocente, mas, a longo prazo, nos coloca no lugar de desprezar a nossa história passada. E isso não faz sentido! Não é justo com você de agora e nem com você do passado.

Daqui a 10 anos, espero que você sinta orgulho do tanto que caminhou e de tudo o que é neste momento, afinal, é exatamente hoje que você está construindo a base para o que será na próxima década.

Por isso, faça sim o desafio, mas, ao olhar para o seu eu de 2009, seja amorosa e gentil.

Você estava fazendo o melhor que podia, com as condições que tinha e, acima de tudo, com a força que carregava dentro de si.

Relembre. E agradeça.

 

Por Luciana Santos, 20 anos, Montes Claros (MG)
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