A cada dia que passa percebo o quanto as pessoas estão se tornando cada vez mais, escravas de rápidas sensações. Principalmente a gente, pseudo-adulto, adolescente, que por sorte ou azar, nasceu na velocidade e correria da luz. É tanto email, tweet, sms, ligação, prova e obrigação que 24 horas não parecem suficiente. Acordamos cedo e dormimos tarde, mas deitamos sempre com a sensação de que faltou alguma coisa. E se quer saber, faltou mesmo.
Faltou deixar um tempo guardado pra sonhar de olhos abertos. Pra olhar pro espelho e perceber quem realmente somos e o porque de estarmos vivos agora nesse exato momento. Gosto de acreditar todos nós temos um motivo.
Embora já tenhamos ouvido de quase tudo, não é justo que nossa geração seja tão conformada. Essa falsa paz que reina, nos faz acreditar que não precisamos mudar nada. Que já escreveram, disseram e fizeram tudo. Isso não é verdade. Ainda podemos fazer a diferença.
É estranho escrever sobre isso. Tenho dezessete anos e ainda não sei muito sore a vida. Aliás, tenho certeza de que tudo que vi e vivi até hoje não é nada perto do que vem por aí. Mas, gosto de sobre as coisas. Sou cheia de achismos, e talvez esse texto seja só mais um das centenas que já fiz. Mas, mesmo assim, vou continuar escrevendo. Porque pra mim, viver é achar, e só morrer é ter certeza.
Lidar com essa sensação de dúvida pode ser difícil. Alguns se tornam vítimas do nosso próprio manual. E para explicar o inexplicável, tentam cruzar a linha invisível que existe entre o que se pode e o que não se deve. Já me perguntei diversas do porque, e sempre, chego a um motivo: Querem é perder o controle, ir mais além do que já se foi.
Um exemplo: Sempre que vou em festas com bebidas alcoólicas e funks pornográficos (nada contra o funk) me sinto um peixe fora d’água. Já me julguei muitas vezes por isso, e depois de muito me sentir avulsa nesses eventos onde sou praticamente obrigada a comparecer, percebi que ao contrário do que já me disseram, não sou careta ou uma jovem com alma de velha.
Eu, sou eu. Escolhi ser assim desde a época que minha mãe me deixou decidir o comprimento do meu cabelo. Desde então, mantenho ele comprido e não mudo isso porque me falam que é feio ou errado. Sei exatamente o que eu gosto, e o que eu não gosto. Ao contrário de muita gente por aí, que ao que me parece, ainda não sabe diferenciar isso.
Nós temos tantas escolhas pela frente. Vejo amigos e conhecidos escolhendo o caminho sem limite, do presente, da sensação, do aqui e agora. Não vão pela diversão, vão pela falta de controle. Como se quisessem que o corpo se perdesse como a mente, como o coração.
Eles estão felizes, disso eu tenho quase certeza, minha dúvida é, até quanto? Correr risco é legal, isso não é novidade pra ninguém, mas viver disso é imaturidade demais.
E, em uma época onde temos que decidir o que faremos pelo resto da vida aos 17 anos, isso parece loucura demais pra mim. Pronto, falei.