Medo! Puro, simples e previsível medo. Nosso conhecido no dia a dia, que nos faz pensar duas ou três vezes antes de tomar uma atitude, mas que geralmente nos dá aquela sensação incrível de que vencê-lo, é um prêmio por si só. Bem, talvez nossos amiguinhos do sexo oposto não enxerguem desta forma. Talvez nem mesmo se dêem conta de que é medo. Mas não se iludam, não é medo de amar. Não é o medo da entrega, como muitas mulheres iludidas gostam de anunciar aos quatro cantos.
É que você estava lá tão doce e especial. Vocês se encaixavam perfeitamente, mas não era o tipo de encaixe que ele estava procurando. Não era exatamente isso que ele queria. Ou até era, mas eram tantas as opções que ele acabou ficando em dúvida e saiu por ai para ver se era isto mesmo. Talvez se arrependa. Talvez não.
Mas, no caso de se arrepender, ele quer ter para onde voltar, então ele evita o confronto. Ele evita dizer as palavras. Assim se você surtar ou ficar com raiva, ele vai dizer que é paranóia, já que de fato, nunca disse adeus, garantido assim, um certo tipo de permanência na sua vida. Uma isenção da culpa.
Acho que eles têm medo de encarar a verdade. De olhar no espelho. Medo de ter tomado a decisão errada e não ter como voltar atrás. Medo de magoar. Medo de ser magoado. Medo de ver seu rosto refletido nos olhos de quem um dia amou e ainda ama, mas olha confusa, como se estivesse sido apunhalada pelas costas. Medo de ter que responder a famigerada: porque não eu?
É que na verdade, nem eles sabem a resposta. E talvez se pudessem escolher, seria você mesmo. Mas é um mundo bem louco lá fora e as coisas não funcionam assim.