E quando o choro preso na garganta se torna poesia? Gritar não seria suficiente para expressar todas as suas angústias, por isso, Isabel transformava sua dor e seus medos em palavras.
A Marca de uma lágrima é um retrato das inseguranças. Isabel, é uma adolescente insegura quanto a sua auto-estima que apaixona-se perdidamente pelo seu primo Cristiano ao acreditar que foi beijada por esse. Porém, sua melhor amiga Rosana sente o mesmo pelo garoto. Como Isabel não tem coragem para assumir seus sentimentos, ela ajuda a amiga escrevendo poemas para que ela entregue ao amado. De tão sinceras e verdadeiras, as cartas fazem com que o rapaz de apaixone cada vez mais… pela amiga. Aos poucos essa paixão vai consumindo Isabel, que se esconde-se através do véu da escrita. O que ela não esperava é que um assassinato, um outro rapaz e algumas verdades poderiam mudar sua vida completamente.
Pedro Bandeira livremente adaptou em A Marca de uma Lágrima a obra Cyrano de Bergerac e assim tocou muitos de nós. Quantas vezes o papéis rascunhados não foram parar na lata do lixo?
Escrever pode ser muito mais fácil e mais simples do que nós imaginamos. O segredo está em deixar as mãos traçarem os caminhos que a voz não consegue alcançar. Escrever é libertar-se em uma mágica combinação de palavras que rompem fronteiras. Eu costumo dizer: “Nem sempre o que escrevo é o que sinto, mas sempre sinto aquilo que escrevi”, porque é inevitável que nos deixemos levar por letras transformadas em sentimentos.
Por isso, escrevam! Sem medo e sem julgamentos e, então lidar com palavras em voz alta será algo muito mais fácil, porque os pontos de interrogação já terão ficado nas linhas do caderno.