Esse texto talvez nunca faça algum sentido. Quero ser sincera antes que comecem a ler. Nada de expectativas por enquanto. Nada de frases bonitas que façam ele entender o que você não entende. Nada de um final feliz que te faça querer uma continuação. Nada de tudo aquilo que já escrevi antes sobre o que andava sentindo. Dessa vez é diferente. Não é um desabafo. É um pedido de socorro. Um sinal vermelho no céu azul. Como se eu estivesse presa em uma ilha deserta. A ilha dos que disseram aquelas malditas palavras e então perceberam que estavam sozinhos ali.
Algumas pessoas sempre carregam mais do que deveriam dessa vida. Das histórias. Dos amores. Eu sou assim. Uma pena! Não literalmente. Queria mesmo é ser leve o suficiente pra ser levada com o vento. Em mim, além da tatuagem, só o coração tem asas e sabe voar. Mas veja só, mais uma vez, já não tenho certeza do destino.
Uma mensagem sem resposta.
Droga.
Só mais um oi de quem fala oi por acaso.
De novo não.
Ei, eu tenho uma coisa pra te dizer.
Mas não é nada que você já não saiba.
E lá estou eu escrevendo pra tentar descobrir de uma vez o que fazer quando ele disser alguma coisa ou quando ele parar de fazer isso de vez.
E se eu não disser agora você vai querer descobrir amanhã?
Então tá.
Acho que isso é uma daquelas cartas que a gente escreve pra depois. Para ler amanhã, num futuro distante. Quando finalmente estivermos em uma versão melhor da que estávamos enquanto escrevíamos. Pra pensarmos como seria se tivesse sido diferente. É, não era mais agora é.
Essa é uma carta pra você, querida Bruna do futuro que já superou tudo isso e encontrou a saída da ilha. Sorria. Você conseguiu mais uma vez.